quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Mapa do boi: saiba qual é o melhor preparo para cada tipo de corte

Mapa do boi: saiba qual é o melhor preparo para cada tipo de corte

Joana Santana
Do UOL, em São Paulo
O marinheiro de primeira viagem já passou por isso. Você está no açougue, olhando todos aqueles pedaços e nomes de carne. Para que servem cada um deles? Qual eu levo para fazer um picadinho? E a carne de panela da vovó, com que peça é feita?
Para acabar com essas e outras dúvidas, consultamos especialistas no assunto para localizar os cortes bovinos mais populares e apontar as melhores aplicações para cada um deles. Ao observar o mapa acima, tenha em mente que a imagem é uma representação plana do boi e que alguns cortes ficam sobrepostos aos outros.
Embora algumas pessoas ainda falem em carne "de primeira" e "de segunda", essa classificação foi abandonada, já que não reflete a qualidade do corte, mas sim à quantidade de colágeno que cada um apresenta. "A primeira categoria tem pouco colágeno, a segunda um pouco mais e a terceira tem bastante", diz Alain Poletto, chef e sócio do Bistrot de Paris.
No entanto, sua quantidade na carne não é algo que se veja a olho nu. Portanto, na hora de comprar, escolha a peça de acordo com a receita que vai fazer e observe a aparência: a carne deve estar fresca, firme e tenra, com uma cor vermelha intensa e uniforme, isto é, sem manchas. Uma boa embalagem e um rótulo completo, onde constem procedência, tipo e datas, também são bons indicativos de controle de qualidade.
Veja a seguir os principais cortes e os preparos adequados para cada um deles:
1 – Músculo dianteiro: um dos cortes mais saudáveis do boi, é uma carne fibrosa, saborosa, pobre em gordura, mas rica em colágeno. Seu cozimento pede bastante calor e umidade, sendo indicado para sopas, caldos de carne e carne de panela.
2 – Peito: possui uma gordura superficial que impede o ressecamento da carne durante o longo tempo de cozimento exigido. Pode ser usado em caldos, sopas, refogados e cozidos em molho. 
3 – Pescoço: sendo a continuação do peito, é uma carne semelhante, que pode ser usada nos mesmos preparos. É um corte que requer cozimento longo e é indicado para ensopados, cozidos e caldos. 
4 – Acém: é o maior e mais macio dos cortes dianteiros do boi. É uma carne relativamente magra, que requer bastante calor e umidade durante o cozimento e fica boa em ensopados, cozidos de panela e picadinhos.  
5 – Cupim: situada no dorso de bois zebuínos originários da Índia, essa carne é fartamente entremeada de gordura e tem sabor único e acentuado. É um corte praticamente desconhecido nos países da Europa, nos Estados Unidos e nos vizinhos Uruguai e Argentina, onde se criam apenas raças europeias. Pede cozimento lento, preferencialmente enrolado em celofane culinário, para que se mantenham os sucos da carne.
6 – Paleta: da pata dianteira do boi, retiram-se três cortes, o peixinho, a raquete e o miolo de paleta. Menos nobres, são carnes suculentas e saborosas, mas que pedem cozimento lento e longo. São cortes indicados para o preparo de picadinhos e cozidos de panela. 
7 – Capa de filé: é uma carne saborosa e com médio grau de dureza. Com grande quantidade de nervos e espessa camada de gordura, exige bastante tempo de cozimento. Indicada para ser usada moída, em ensopados e picadinhos.
8 – Filé de costela: também conhecida como costela de ripa ou apenas costela, é a carne que reveste a parte superior da caixa torácica do boi. Com ossos maiores e mais largos, é um corte saboroso que requer longo cozimento, seja no fogão ou na churrasqueira.
9 – Aba do filé: também conhecida como bife do vazio. Por ser uma carne extremamente enervada, é própria para ser preparada moída.
10 – Ponta de agulha: também conhecida como costela de minga, é a carne que reveste as últimas costelas do boi e pertence à categoria dos cortes com mais colágeno. É melhor aproveitada moída ou na churrasqueira.
11 – Contrafilé: também conhecido como entrecôte e bife chorizo, é uma peça grande de onde se origina a bisteca. É ideal para fazer bifes, medalhões e rosbife, podendo ser grelhado no fogão ou na churrasqueira, em alta temperatura e por pouco tempo. Deve ser servido mal passado ou ao ponto.   
12 – Filé mignon: é o mais macio dos cortes bovinos e tem sabor menos acentuado que seus "vizinhos" alcatra e contrafilé. A peça é um músculo liso e comprido, sem nervos, fibras ou gorduras. Ideal para bifes altos como o tournedor e o medalhão, também pode ser empregado em rosbifes, picadinhos, estrogonofe, assados e refogados.
13 – Fraldinha: localizada na lateral do boi, é uma peça pequena, porém muito suculenta e macia, apropriada para a churrasqueira, mas também para cozidos de panela, estrogonofe e espetinhos.
14 – Maminha: corte retirado da alcatra, famoso pela maciez, suculência e sabor suave. É uma carne indicada para assados na churrasqueira e no fogão e cozidos de panela. 
15 – Alcatra: junto com filé mignon, o contrafilé e a picanha, essa carne faz parte do quarteto nobre das carnes bovinas. É um corte magro e saboroso, do qual se originam outros cinco cortes: a picanha, a maminha, o miolo de alcatra ou baby beef, o tender steak e o top sirloin.  
16 – Picanha: criado na década de 1970, é um corte caracterizado pelo sabor acentuado e maciez, garantidos pela camada de gordura externa que o reveste. Famosa no churrasco, também se presta ao preparo de cozidos e assados no forno e na panela.
17 – Patinho: carne magra, com fibras macias, ideal para bife a milanesa, escalopes e carne moída, mas pode ser usada também em cozidos, ensopados e picadinhos.
18 – Coxão mole: como o próprio nome diz, faz parte da coxa do boi. Também conhecido como chã de dentro, é o corte constituído das massas musculares da face interna do coxão, separado do patinho, do lagarto e do coxão-duro. Macio, é ideal para assados, ensopados, picadinhos, escalopes, bife a milanesa ou para carne moída. 
19 – Lagarto: localizada na parte traseira do boi, é a peça que separa o coxão duro do coxão mole. Com fibras longas e duras e gordura externa, é uma carne saborosa e versátil, mas pouco suculenta, ideal para assados e cozidos, preferencialmente com molho. 
20 – Coxão duro: também conhecido como chã de fora, pois fica na face externa do coxão, é um corte com fibras mais duras e necessita de cozimento mais longo. Apropriado para o preparo de carnes recheadas, cozidos de panela e rosbife, ou moído em refogados e molhos.
21 – Músculo traseiro: é dessa peça que se extrai o ossobuco, famoso corte redondo, com osso e tutano, que deve ser cozido lenta e longamente. 
Além de todos esses cortes, que são os mais populares nos açougues e mesas do Brasil, há ainda os chamados miúdos. Trata-se do grupo que engloba os órgãos internos do boi, como fígado, língua, rim, coração e miolo, mais o rabo. Com diferentes sabores e texturas, requerem cuidados especiais de limpeza ou preparo, e sua utilização varia conforma a região e a cultura local. 
 
Fontes: Ministério da Agricultura; Instituto de capacitação profissional CPT – Centro de Produções Técnicas; SIC – Serviço de Informações da Carne; Livro "Carne & Cia", Nancy de Pilla Montebello e Wilma Maria Coelho Araújo, Editora Senac; Livro "Carnes com prazer", Ivo Camargo, Dash Editora.

Usar rede Wi-Fi aberta oferece riscos aos usuários; veja como se proteger

Usar rede Wi-Fi aberta oferece riscos aos usuários; veja como se proteger

Guilherme Tagiaroli
Do UOL, em São Paulo
  • Think Stock
    Redes Wi-Fi abertas são inseguras e podem ter usuários monitorando dados de acesso
    Redes Wi-Fi abertas são inseguras e podem ter usuários monitorando dados de acesso

A venda de smartphones no Brasil não parou de crescer nos últimos anos. Com isso, mais pessoas passaram a estar conectadas com internet móvel. Por economia, muitas pessoas não veem a hora de conectar-se a uma rede Wi-Fi. No entanto, isso pode trazer riscos ao usuário, sobretudo em ambientes em que a conexão está aberta para todos.
Para ajudar os usuários a se protegerem, o UOL Tecnologiaconsultou especialistas no ramo para explicar quais os riscos de conectar-se a uma rede Wi-Fi desprotegida e quais cuidados as pessoas devem tomar para minimizar riscos:

Riscos de conectar-se a uma rede desprotegida

De acordo com especialistas consultados pela reportagem, o principal problema que pode ocorre ao acessar uma rede insegura é a interceptação de dados. Segundo Thiago Hyppolito, engenheiro de produtos da McAfee no Brasil, cibercriminosos costumam aproveitar falhas de seguranças (às vezes dos próprios roteadores, aparelhos que distribuem a internet) para bisbilhotar as atividades online dos usuários.
"A interceptação de dados não requer muito conhecimento de computação. Qualquer curioso acha um tutorial na rede ensinando isso", disse Hyppolito. "O atacante fica monitorando a rede a espera de transações bancárias ou de login em redes sociais."
Em função disso, ele não recomenda fazer atividades críticas que envolvam dados financeiros ou conexão a contas de e-mail.
Em computadores, um dos problemas mais simples é não configurar a rede Wi-Fi de forma apropriada. De acordo com Rodrigo Paiva, gerente de produto da D-Link (fabricante de roteadores), além da necessidade de senha, o usuário deve informar ao sistema operacional que está conectando-se a uma rede pública e que não quer compartilhar arquivos com outras pessoas.
Sem esse cuidado, o computador pode ser acessível por qualquer membro à rede.
No fim das contas, o importante é a pessoa ter a consciência de sua exposição, sugere Camillo Di Jorge, country manager da Eset, empresa de antivírus.
"O usuário deve ficar esperto sobre o tipo de informação que tem em mãos – como fotos íntimas ou arquivos da empresa – e o quanto isso é importante", alerta. "É necessário ter em mente sobre o que pode acontecer se essas informações caírem em mãos erradas."

O que o usuário deve prestar atenção

  • Mantenha o sistema operacional atualizado
Constantemente, os desenvolvedores dos principais sistemas móveis liberam atualizações, que consertam falhas de segurança. Por isso, é importante que os usuários estejam com a última versão disponível de seu sistema operacional e dos aplicativos instalados.
Os aplicativos, geralmente, exibem notificações sobre atualização. Já os sistemas, nem sempre. Para fazer update da plataforma, faça
No Android: Configurar > Sobre o telefone  > Atualização do sistema.
No Windows Phone: Configuração > Atualizações do telefone.
No iOS: Ajustes > Geral > Atualizações de software.
  • Evite conectar-se a redes sem senha
Uma rede com senha, além de limitar o acesso, oferece algum tipo de criptografia aos usuários. Com essa técnica, o tráfego na rede é todo codificado, para evitar que cibercriminosos monitorem o que está sendo feito, explica Thiago, da McAfee.
Há ainda casos de redes abertas, mas só liberam o acesso à internet após a digitação de uma senha. Nesses casos, assume-se que a empresa responsável oferece camadas de proteção ao usuário.
  • Utilize uma solução de antivírus
Ter o sistema atualizado ajuda. No entanto, uma solução antivírus insere mais uma barreira de segurança nos dados do usuário. Além disso, os programas disponíveis nas lojas de aplicativos contam com funções extras, como "localização do aparelho", "gerenciamento de aplicações", "firewall" e "backup".
  • Navega em redes abertas? Use VPN
Se houver um constante acesso a redes públicas, uma alternativa é contratar um serviço de VPN (Virtual Private Network). Com esse processo, o usuário cria uma espécie de "túnel" na internet, impedindo a intercepção de cibercriminosos e a proteção de dados trafegados na rede.
Apesar desse chamariz, as VPNs também são usadas para simular acesso feitos de outros países. Dessa forma, alguns usuários contratam serviços do tipo para, por exemplo, acessar o acervo de serviços de streaming que ainda não estão disponíveis no Brasil.
  • Verifique se a rede é, de fato, do estabelecimento onde você está
Uma tática comum de alguns atacantes é criar redes Wi-Fi próximas de estabelecimentos públicos. A ideia é tentar chamar a atenção do usuário com uma rede aberta e com nome semelhante à do local original. Após a pessoa efetuar o login, os cibercriminosos podem ter acesso facilmente às informações da vítima.