sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Fora de circuito: um roteiro com salas especiais, cinemas de rua e cineclubes em São Paulo

Fora de circuito: um roteiro com salas especiais, cinemas de rua e cineclubes em São Paulo


Humberto Abdo
01 de agosto de 2019 | 15h00 Estadão
Foto: Jorge Alaniz
Entre os cinemas de rua, algumas salas já são ‘queridinhas’ dos cinéfilos paulistanos – como Espaço Itaú Augusta, Reserva Cultural, Petra Belas Artes e Cinesala. Mas há vários outros endereços que merecem ser frequentados quando a ideia é ver algo diferente dos ‘blockbusters’. Por isso, selecionamos algumas opções para quem quer, além de ver filmes do circuito comercial, também conferir títulos clássicos, independentes e até exibições temáticas. Humberto Abdo
Foto: Pedro Vannucchi
+ A sala de cinema do IMS tem 145 lugares e já exibiu preciosidades como ‘Nosferatu – Uma Sinfonia do Horror’ (1922), de Friedrich Wilhelm Murnau, com trilha executada ao vivo. A curadoria contempla lançamentos, sessões comentadas, exibições com diretores e retrospectivas. Na 3ª (6), às 19h30, é projetado o novo ‘No Coração do Mundo’, seguido de debate com os diretores Gabriel Martins e Maurílio Martins. Nos dias 18/8, às 16h, e 29/8, às 20h, tem sessão especial de ‘Woodstock – 3 Dias de Paz, Amor e Música’ (1970), de Michael Wadleigh. Av. Paulista, 2.424, metrô Paulista, 2842-9120. R$ 20/R$ 30. Inf.: bit.ly/CineIMS
Foto: Sergio Castro/Estadão
+ Com a missão de preservar e divulgar seu acervo de produções audiovisuais brasileiras, a programação da Cinemateca Brasileira destaca a obra de cineastas, produtores e atores – e, sempre que possível, exibe os títulos nos formatos originais. São duas salas, uma com 210 assentos e outra, menos usada, com 104 – além do deck, que recebe exibições ao ar livre em um telão. Neste mês, até 11/8, a mostra ‘Antonio Pitanga – 80 Anos’ traz 14 filmes com o ator brasileiro. Hoje (2), por exemplo, tem ‘Sol sobre a Lama’, às 19h, e ‘A Grande Feira’, às 21h. Lgo. Sen. Raul Cardoso, 207, V. Clementino, 3512-6111. Grátis. Inf.: www.cinemateca.org.br
Foto: Rafael Arbex/Estadão
+ Aberto desde 1979, o CineSesc integra grandes eventos paulistanos, como a Mostra Internacional de Cinema, e, todo fim de ano, realiza a Retrospectiva do Cinema Brasileiro. “A ideia é sempre dar preferência à filmografia nacional”, resume Gilson Packer, gerente-geral do espaço. Um dos exemplos é o documentário ‘Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar’, de Marcelo Gomes, que tem sessões de hoje (2) a domingo (4), às 19h. Uma das novidades, prevista para setembro, é uma mostra dedicada à obra de Stephen King, com 14 filmes. Em uma única sala, o cinema de rua exibe ainda títulos infantis no projeto Cineclubinho – sessão gratuita realizada sempre aos domingos, às 11h. Neste domingo (4), tem a animação francesa ‘Abril e o Mundo Extraordinário’, dirigida por Christian Desmares e Franck Ekinci. E, em 11/8, é a vez de ‘Toy Story 4’, de Josh Cooley. R. Augusta, 2.075, Cerqueira César, 3087-0500. R$ 5/R$ 20. Inf.: bit.ly/Cinesesc
Foto: Cinusp
+ Criado em 1993, na Cidade Universitária, o Cinusp costuma exibir repertórios temáticos. O espaço tem cerca de 100 lugares (foto) e funciona só de segunda a sexta-feira. Ali, a partir de 12/8, a mostra ‘Mostrash: Sangue, Terror e Tripas’ reúne produções de baixo custo e com roteiros, muitas vezes, absurdos – como ‘Rubber, o Pneu Assassino’, de Quentin Dupieux (12/8, 19h). Em 2013, uma segunda sala foi inaugurada na Vila Buarque: o Cinusp Maria Antônia, que, no caso, abre exclusivamente aos fins de semana. Lá, até 11/8, ‘Divina Previdência’ apresenta filmes sobre a realidade dos cidadãos depois da aposentadoria. No sábado (3), às 18h, por exemplo, será exibido o documentário americano ‘Grey Gardens’, de Michael Sucsy. Em ambos, as sessões são sempre gratuitas – basta entrar e escolher sua poltrona. Cinusp Paulo Emílio. R. do Anfiteatro, 181, Colmeia – Favo 4, Cidade Universitária, 3091-3540. Cinusp Maria Antonia. R. Maria Antônia, 294, 3123-5202. Grátis. Inf.: bit.ly/CinUSP
Foto: Museu Lasar Segall
+ Duas sessões diárias – em geral, a partir das 17h – ocupam a tela do Cine Segall, que fica no Museu Lasar Segall. Aberto em 1972, o local chegou a exibir filmes proibidos pela censura durante a ditadura militar e dá atenção especial às produções independentes. “Nos anos 1980, chegava a fazer fila”, relembra Giancarlo Hannud, diretor do espaço. Após uma grande reforma, o cinema foi reaberto em 2018 e, hoje, tem capacidade para cerca de 80 pessoas. Nos fins de semana, a sala recebe ainda a ‘Sessão das 3’, que exibe títulos antigos às 15h. Curiosamente, algumas projeções podem começar mais cedo, dependendo da duração do longa. Em agosto, a programação homenageia o diretor Luchino Visconti – neste sábado (3) e domingo (4), às 14h30, é a vez de ‘Rocco e Seus Irmãos’. R. Berta, 111, V. Mariana, 2159-0400. R$ 10/R$ 20. Inf.: bit.ly/CineSegall
Foto: Heloísa Ballarini/SECOM
+ Inaugurado em 1957, o Cine Olido é uma das salas mais antigas de São Paulo. Após passar por iniciativas privadas, foi assumido pela Prefeitura em 2004, ano em que foi restaurado. Sob nova curadoria, o Centro Cultural Olido, onde fica o cinema, começou a investir, recentemente, em uma programação voltada à música e à cultura urbana – foco que o cinema também deve assumir nos próximos meses. O local tem três sessões diárias e costuma participar de grandes eventos, como a Mostra Internacional de Cinema e o Festival Mix Brasil. E, pela primeira vez, exibe, até dia 14/8, longas do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Entre eles, ‘My Name Is Now, Elza Soares’, de Elizabete Martins Campos, hoje (2), às 15h, e ‘Benzinho’, de Gustavo Pizzi, neste domingo (4), às 16h10. Av. São João, 473, Centro, 95640-8564. R$ 4. Inf.: bit.ly/CineOlido
Foto: Jorge Alaniz
+ Aberto há menos de uma semana, o Mad Pad Cinema é uma sala especial instalada dentro do BTNK Art Bar. Com capacidade para até 40 pessoas, o local foi inaugurado com sessão de ‘On The Road’, longa de Walter Salles baseado na obra de Jack Kerouac – e planeja exibir clássicos de diretores como Quentin Tarantino e Martin Scorsese. Além da projeção digital, a sala conta com projetor restaurado de película 16 mm, dos anos 1950, que poderá ser usado em exibições especiais. As sessões são definidas de última hora – a ideia é acompanhar a programação pela página oficial da casa (bit.ly/MadPadCinema) ou decidir ver o filme enquanto estiver aproveitando a noite (5ª, 18h/ 0h; 6ª e dom., 18h/1h; sáb., 19h/3h). Aos sábados, a entrada do bar custa R$ 15 e dá direito à sessão; nos demais dias, é gratuita. R. Tobias Barreto, 779, Mooca, 2601-4110.

CINECLUBES

+ Na cafeteria BBC Ciclo Café, ocorrem dois encontros mensais, sempre na primeira e na terceira quarta-feira do mês. No 2º andar do local, são exibidos nos dois encontros, respectivamente, uma homenagem a um diretor e uma produção de temática ambiental. Após a sessão, sempre às 18h, o público participa de um debate sobre o título do dia. Nesta 4ª (7), tem ‘2046 – Os Segredos do Amor’, do chinês Wong Kar-Wai. R. Vergueiro, 2.757, V. Mariana, 5082-4978. Grátis. Inf.: bit.ly/BBCciclocafe
+ Aberto ao público, o cineclube do projeto Marieta comporta cerca de 50 pessoas em uma sala cheia de pufes, sofás e cadeiras. As sessões ocorrem quase toda terça-feira e destacam filmes nacionais contemporâneos. O local também costuma participar de mostras temáticas, como a 3ª Mostra Zootropio – que exibe, nesta 3ª (6), às 19h30, ‘A Cidade dos Piratas’, de Otto Guerra. Rodas de conversa são organizadas após as projeções. R. D. Maria Paula, 96, ap. 2, Centro. Grátis. Inf.: bit.ly/CineMarieta
+ Na Galeria Metrópole, a livraria, biblioteca e centro cultural Tapera Taperá, aberta desde 2016, recebe cursos, lançamentos de livros e exibições de filmes (seguidas de debate) com espaço para cerca de 50 pessoas. Títulos clássicos, longas independentes e documentários costumam fazer parte dos encontros, que ocorrem pelo menos uma vez por mês. A próxima data será divulgada na página oficial do local (bit.ly/TaperaT). Av. São Luís, 187, lj. 29, 2º andar, Centro, 3151-3797. Grátis.

O QUE VEM POR AÍ

+ A data de reabertura do Cine Bijou, cinema de rua que funcionou na Praça Roosevelt até os anos 1990, ainda é incerta. O local está sendo recuperado pela companhia teatral Os Satyros e, atualmente, conta com uma campanha de financiamento coletivo (bit.ly/bijoucine). Se tudo der certo, será aberto entre setembro e outubro deste ano, com programação voltada a filmes de arte e produções independentes.
+ Com inauguração prevista para o primeiro semestre de 2020, o Arcade Omelete promete ser um grande ponto de encontro para fãs da cultura pop. O projeto deve ocupar o prédio do antigo Cine Ipiranga e terá duas salas. A principal, com cerca de 100 computadores para games e um telão, exibirá as disputas. Na sala 2, a programação será composta por maratonas de séries e clássicos do cinema.

Concessão de trechos da ferrovia Norte-Sul pode dar novo impulso para Santos

Concessão de trechos da ferrovia Norte-Sul pode dar novo impulso para Santos

Outorgas vão atrair mais cargas para o complexo santista e aumentar competição com portos do Norte

Fernanda Balbino
Da Redação
 


Ampliar a participação da ferrovia no transporte de cargas até o Porto de Santos é a expectativa de especialistas no setor, com a concessão dos tramos central e sul da ferrovia Norte-Sul, assinada nesta quarta-feira (31) pelo Governo Federal. Por outro lado, as novas linhas férreas devem acirrar a concorrência entre o cais santista e portos do norte do país. O primeiro trecho da via deve entrar em operação ainda neste ano e o segundo, em 2021.
A linha férrea concedida à Rumo, uma das concessionárias que atuam no Porto de Santos, fica entre Porto Nacional (TO) e Estrela D’ Oeste (SP) e soma 1.537 quilômetros. O tramo central vai de Porto Nacional a Anápolis (GO), com 855 quilômetros. Já o sul abrange o trecho de Ouro Verde de Goiás (GO) a Estrela D’Oeste, com 682 quilômetros.
A via férrea formará a espinha dorsal do sistema ferroviário brasileiro e um dos principais projetos para escoamento da produção agrícola do país. Cerca de 1,7 milhão de toneladas devem ser movimentadas pela ferrovia já no próximo ano. Em 2055, o volume deve atingir 22,7 milhões de toneladas. 

Entre os principais produtos a serem escoados na linha férrea, estão os grãos produzidos nos estados de Goiás, Mato Grosso e Tocantins em direção ao Porto de Santos. Também haverá carga geral e industrializada de grandes polos paulistas para centros consumidores como Goiânia (GO), Brasília (DF), Palmas (TO) e Imperatriz (MA). 
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), autoridade portuária de Santos, estima que, quando o trecho da Norte-Sul estiver 100% operacional, o cais santista receba ao menos 3 milhões de toneladas de grãos adicionais por ano. Além disso, a ferrovia contribuirá para melhorar a eficiência da logística ferroportuária, com a perspectiva de migração de 5 milhões de toneladas (4 milhões de grãos e 1 milhão de açúcar) do modal rodoviário ao ferroviário.
Para o consultor portuário Fabrizio Pierdomenico, a entrada em operação dos dois tramos concedidos ontem será um elo entre a região Centro-Oeste e o cais santista. “É uma grande alternativa logística para aquela região, especialmente nos períodos de seca, já que parte dessas cargas utiliza o transporte hidroviário. E também deve aumentar a participação do modal ferroviário no transporte até o Porto de Santos”. 
O executivo ainda destaca as vantagens do modal. “Essa integração poderá ajudar e muito a produção e o escoamento até o Porto de Santos, com uma alternativa mais barata e ambientalmente sustentável, que é a ferrovia”, destacou.
Concorrência
A mesma opinião tem o consultor portuário Marcos Vendramini. Para ele, é inegável que uma nova opção de escoamento por ferrovia é um fator positivo para o cais santista. Por outro lado, o engenheiro aponta uma maior concorrência entre o Porto de Santos os portos do norte, especialmente o de Itaqui (MA), nos próximos anos. “Uma nova alternativa logística é boa para todo mundo. Mas, em um horizonte de longo prazo, daqui a uns 30 anos, Santos pode perder cargas para Itaqui”, afirmou.
Neste contexto, questões como o calado operacional (a profundidade máxima que um navio pode atingir ao navegar pelo porto), a oferta de berços de atracação e a capacidade de armazenagem de cargas serão fatores determinantes na disputa por carga entre os dois complexos portuários. A localização das traders e os tempos de viagens ferroviárias também serão questões a serem levadas em consideração, segundo Vendramini.
O presidente da Federação Nacional dos Operadores Portuários (Fenop), Sérgio Aquino, destaca que essa competição pode ser muito saudável. “Com a competitividade acirrada com os portos do arco norte, Santos pode priorizar produtos com maior valor agregado para diversificar operações”, destacou.
“A falta de competitividade não ajuda nenhum setor, nenhuma atividade. Apenas leva à acomodação e não é isso que queremos para o setor portuário”, disse Aquino. 

Fonte: A Tribuna




Doria promete People Mover no Aeroporto de Guarulhos em maio de 2021

Doria promete People Mover no Aeroporto de Guarulhos em maio de 2021

O governador de São Paulo, João Doria, voltou a prometer uma ligação da estação Aeroporto Guarulhos, da Linha 13-Jade, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM, com os terminais de embarque para maio de 2021.
Doria diz que as negociações com a concessionária Gru Airport foram exitosas. “A conversa para isso ocorreu desde o início do nosso governo com o governo federal e a Gru Airport. Nós formalizamos este entendimento e as obras serão iniciadas já neste segundo semestre”, disse. “Esta extensão de 1.300 metros levará até os três terminais do aeroporto.”, afirmou.
Um sistema de People Mover terá 2,6 km de extensão, com paradas nos três terminais, e capacidade de 2 mil passageiros/hora para cada sentido. O trajeto total será feito em cerca de seis minutos.
“Esta obra era algo que machucava São Paulo. A linha de Metrô, que ligava ao aeroporto mais importante do país, e que não chegava até os terminais do aeroporto e que chegará até os terminais em 2021. Não haverá mais a necessidade de subir e descer escadas e desembarcar com malas como acontece hoje, infelizmente”, acrescentou o governador.
Fonte: Via Trolebus
People Mover
transporte hectométrico ou people mover é um sistema de transporte de massa totalmente automático de passagem em desnível. O termo é geralmente usado somente para descrever sistemas servindo relativamente pequenas áreas, tais como aeroportos, distritos centrais ou parques temáticos, mas é algumas vezes aplicado a outros sistemas automáticos.
Originalmente, o termo designava diferentes sistemas desenvolvidos ao mesmo tempo.  Hoje, no entanto, o termo people mover é genérico e pode usar tecnologias como o monotrilhotrilhostransporte automático ou maglev
propulsão pode envolver motores elétricos convencionais de bordo, motores lineares ou tração de cabo.
Outros people movers tem características similares aos sistemas de transporte de massa, e não é clara a distinção entre um people mover destes tipos e um sistema de transporte de massa automático.
Fonte: Wikipédia

CPTM amplia viagens do Expresso Turístico rumo a Paranapiacaba

CPTM amplia viagens do Expresso Turístico rumo a Paranapiacaba


A CPTM deve ampliar a quantidade de viagens do Expresso Turístico rumo a Paranapiacaba a partir de setembro, funcionando além dos domingos, também em alguns sábados. Serão 3 viagens a mais por mês. Os interessados podem consultar as datas disponíveis no site da operadora.
Nos meses de junho e julho, a empresa colocou viagens extras em direção a vila por conta do Festival de Inverno, como forma de analisar a demanda.  Todos os bilhetes foram vendidos com antecedência de dois meses. De janeiro a julho deste ano, 6.109 passageiros já embarcaram rumo à Vila de Paranapiacaba. Durante todo o ano de 2018, quando as partidas eram só aos domingos, foram 8.673 passageiros.
O passageiro que quiser ir de Trem de São Paulo até a região, pagará passagem de R$ 50 (ida e volta), exceto para o embarque na Estação Prefeito Celso Daniel-Santo André, que sai por R$ 44. No entanto, os descontos podem chegar até 25% na compra de quatro passagens.
O bilhete é vendido das 9h às 18h, todos os dias, nas bilheterias das estações da Luz e Prefeito Celso Daniel-Santo André. Devido à procura, é preciso de programar para comprar o bilhete com dois meses de antecedência. Cabe ressaltar que o bilhete da CPTM contempla somente a viagem de trem até um dos destinos escolhidos. Roteiros complementares, podem ser consultados nos sites dos municípios visitados.
O embarque é realizado às 8h30 da plataforma 4 da Estação da Luz e o retorno das cidades visitadas, às 16h30. São 174 poltronas para acomodar confortavelmente os turistas, além de espaço reservado para cadeira de rodas (com cinto de segurança e ancoragem da cadeira).
As viagens do Expresso Turístico também são realizadas para Jundiaí (um sábado por mês) e para Mogi das Cruzes (um sábado a cada três meses).
Fonte: Via Trolebus

Rumo assina contrato de concessão da Ferrovia Norte-Sul

Rumo assina contrato de concessão da Ferrovia Norte-Sul

A Rumo Logística assinou o contrato de concessão dos trechos central e sul da Ferrovia Norte-Sul (FNS), na manhã desta quarta-feira, 31 de julho, após vencer um certame ao oferecer R$ 2,719 bilhões de outorga, um ágio de 100% sobre o valor mínimo de R$ 1,35 bilhão. São previstos investimentos estimados em R$ 2,72 bilhões.

O trecho foi concedido pelo prazo de 30 anos, e tem extensão de 1.537 quilômetros. Trata-se da a espinha dorsal do sistema ferroviário brasileiro e deve proporcionar a conexão da região central do Brasil ao Porto de Santos (SP) e Porto de Itaqui (MA).
“Vocês confiarem em mim. Os empresários da Rumo confiaram na gente. Esta obra aqui não é para empreiteiros é para empreendedores”, disse o presidente Jair Bolsonaro. “Esta obra liga quatro regiões do país. Unem o Brasil e trazem o progresso. A obra vai baratear fretes, reduzir consumo de combustíveis. O modal ferroviário é muito bem-vindo”, afirmou.

“É uma entrega importante, que foi pensada no Império de Dom Pedro II e começou no governo de José Sarney, há 32 anos”, afirmou. “É o início de uma transformação. Vamos mudar a matriz de transporte brasileiro, dentro de uma estratégia ferroviária muito sólida. Vamos ver o trem passar com contêineres empilhados, em operação pioneira da Rumo. Carga de Manaus (AM) vai ser entregue em Porto Alegre (RS)”, disse o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

No Japão, procurar emprego aos 75 anos é o 'novo normal'

No Japão, procurar emprego aos 75 anos é o 'novo normal'

Governo incentiva pessoas com mais de 70 anos a trabalharem por mais tempo para aliviar carga de gastos do país
Bloomberg News
20/05/2019 - 14:25 / Atualizado em 10/07/2019 - 10:33

Aos 75 anos, Mikiko Kuzuno se viu forçada a se candidatar a um emprego em uma fábrica de toalhas em Tóquio Foto: Bloomberg

TÓQUIO - Após ser demitida aos 75 anos, Mikiko Kuzuno foi se candidatar a uma vaga numa fábrica de toalhas nos arredores de Tóquio. Ela fez questão de se apresentar pessoalmente.
— Pedi que dessem uma boa olhada em mim — disse ela. — Queria mostrar o quanto sou saudável.
Agora com 78 anos, Kuzuno está há três anos trabalhando na pequena fábrica em Warabi, onde ajuda a lavar e empacotar toalhas de mão fornecidas a clientes em restaurantes. É uma tarefa árdua, que exige ficar em pé durante três horas seguidas, mas ela não pensa em se aposentar — em parte por razões financeiras e, por outro lado, porque detesta ficar sem fazer nada em casa.

Este perfil deve ser tornar o "novo normal", com mais septuagenários trabalhando no Japão e reforçando sua imagem de país dos workaholics . Com a população local envelhecendo no ritmo mais acelerado do planeta, o primeiro-ministro Shinzo Abe quer ver os idosos a trabalhando por mais tempo.

População deve cair 30% até 2060

O envelhecimento da população do Japão elevou os gastos com aposentadorias, que responderam por cerca de 30% das despesas do governo no último ano fiscal.
Abe quer mudar a legislação, para incentivar as empresas a abolirem a idade compulsória para a aposentadoria e adotarem outras medidas para manter seus funcionários trabalhando após os 70 anos. O governo também estuda um modelo para criar incentivos aos trabalhadores que, assim, teriam um retorno maior se adiassem a aposentadoria para os 75 anos.
O Japão é o país com a maior proporção da população acima de 65 anos. A expectativa de vida, de 84 anos, empata com a da Suíça como a maior do mundo, segundo dados do Banco Mundial.

Takayoshi Kimura, de 73 anos, fechou seu próprio negócio na zona rural e foi procurar emprego na capital Foto: Bloomberg

Com uma taxa de natalidade em declínio, a população do Japão deverá cair quase 30% até 2060, período em que cerca de 40% dos cidadãos terão 65 anos ou mais, segundo o Instituto Nacional de Pesquisa sobre População e Previdência Social.
— Precisamos adequar a estrutura da nossa economia e da nossa sociedade para nos adequarmos à realidade de uma vida de 100 anos ou mais  —, disse Shinjiro Koizumi, de 38 anos, parlamentar que lidera um comitê sobre envelhecimento do Partido Liberal Democrata.

Incentivo para aposentadoria tardia

Convencer as pessoas a trabalharem alguns anos a mais pode ser difícil. Uma pesquisa publicada pelo gabinete do governo em janeiro mostrou que cerca de 38% dos japoneses querem trabalhar além dos 65 anos, enquanto mais de 50% preferem se aposentar antes dessa idade.
Os empregos que o Japão precisa mais preencher estão em atividades de trabalho intensivo, como construção, cuidados de enfermagem e serviços de entrega. Ou seja, não são os empregos tipicamente associados aos trabalhadores mais velhos. As áreas rurais com o maior percentual de residentes com 65 anos ou mais também têm poucos empregos adequados à força de trabalho que envelhece.
Aos 72 anos, Atsushi Morishita, fundador e presidente da Tempos Holdings, que administra uma rede de 58 lojas de equipamentos de cozinha comercial, vem abrindo as portas para os trabalhadores mais velhos. Ele conta ter se inspirado no seu pai, que trabalhou em uma fazenda até depois de 90 anos.
— Em Tóquio, assim que as pessoas completam 65 anos, perdem tempo jogando críquete ou algo assim. Então eu pensei em oferecer um lugar para elas trabalharem — disse Morishita.
Cerca de um quarto de sua força de trabalho tem 60 anos ou mais. O empresário afirma que é preciso entender que os trabalhadores mais velhos normalmente têm menor produtividade, de modo que os salários precisam ser administrados de acordo com a produção, diz o empresário:
— Em lugares como a Toyota, exige-se uma alta produtividade. Então, eu não acho que eles poderiam fazer isso. Mas em uma empresa mais flexível como a nossa, tudo bem.
“Eu quero trabalhar o máximo que puder. Minhas filhas têm seus próprios problemas”
MIKIKO KUZUNO
Operária de 78 anos

Um dos funcionários de Morishita é Takayoshi Kimura, de 73 anos, contratado quando tinha 58 anos e que acabou se tornando um dos principais vendedores em uma movimentada loja de Tóquio. Ele havia fechado seu próprio negócio em dificuldades em uma localidade rural e chegou à capital em busca de emprego.

— Não há empregos no campo — disse Kimura, que pretende continuar trabalhando até os 75 anos, apesar dos apelos de sua esposa, que ficou no campo, para que ele volte para casa.
Morishita, por sua vez, brinca com seu empregado e diz que ele está bem e pode permanecer trabalhando por mais 20 anos.
No Japão, o trabalhador pode optar por adiar sua aposentadoria até os 70 anos em troca de receber um adicional de 40% nos pagamentos. Porém, não está claro se incentivar os japoneses a continuar trabalhando mesmo na velhice ajudará a reduzir os gastos com a Previdência. Muitos preferem se aposentar, mesmo por um valor menor, e continuar trabalhando. Apenas 1% dos que podem optar por adiar o pedido de aposentadoria em troca de um benefício maior no futuro fazem esta escolha.
É comum ouvir entre os japoneses mais velhos que a boa saúde é um incentivo para continuar trabalhando. Mikiko Kuzuno tem outra motivação: ela é solteira e não quer se tornar dependente de suas duas filhas. Ela trabalha desde a adolescência, mas a maioria dos seus empregos não ofereciam plano de previdência complementar. Então, ela vive de uma minguada pensão estadual, complementada pelo salário da fábrica de toalhas.
— Eu quero trabalhar o máximo que puder. Minhas filhas têm seus próprios problemas— disse ela. — Eu mal posso dar conta das despesas, então eu realmente preciso fazer o meu melhor.