quinta-feira, 1 de junho de 2017

109 anos da Imigração Japonesa no Brasil - 18 de junho de 2017





CREDN realizará audiência pública pelos 109 anos da imigração japonesa

31/05/2017 19h57
Brasília – A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, dia 31, requerimento de autoria do deputado Luis Nishimori (PR-PR) para a realização de audiência pública em comemoração aos 109 anos da imigração japonesa e discussão sobre assuntos de interesses dos dois países.
arquivo pessoal

CREDN irá discutir as relações bilaterais Brasil – Japão por ocasião dos 109 anos da imigração japonesa
O evento será realizado no dia 21 de junho. De acordo com Nishimori, “o Brasil hoje é o pais com maior número de descendentes japoneses fora do Japão. Com esse laço de amizade e cooperação surgiram vários projetos como o Programa de Cooperação Nipo-Brasileiro para o Desenvolvimento Agrícola dos
Cerrados (Proceder), Projeto para Carajás, Usiminas, Alumínio do Amazonas, e o intercâmbio parlamentar – Programa juntos, dentre outros”, afirmou. 
“Na realidade”, explicou o deputado, “as relações diplomáticas entre Brasil e Japão tiveram início há 122 anos com a assinatura do Tratado de Amizade e Relações Diplomáticas”. 
Luis Nishimori sugeriu a participação do professor Masato Ninomiya, do Embaixador Marcos Galvão, Secretário-Geral do Ministério das Relações Exteriores; e do Embaixador Rubens Ricupero, presidente honorário da Japan House.

A seguir breve histórico da imigração japonesa num doc.


[PDF]Pequena história da imigração japonesa no Brasil - imigrantes ...

www.imigrantesjaponeses.com.br/.../Pequena%20Historia%20da%20Imigracao%20Ja...
tradução: Masato Ninomiya. 1. Período anterior à .... Além deles, estavam no navio, ainda, Ryu Mizuno, presidente da Kokoku. Shokumin Kaisha, e o ..... Em 1910, ano da chegada de Ryojun Maru, também veio ao Brasil. Ikutaro Aoyagui ...

História do navio Kasato Maru

 
Ao término de 1899, a armadora britânica Pacific Steam Navigator Company (PSNC) planejou um bom número de vapores destinados a renovar a sua frota.
Dentre estes, foi encomendado um par de navios gêmeos ao Estaleiro Wigham Richardson, situado no Rio Tyne, próximo ao Porto de Newcastle.
O primeiro deste par foi lançado ao mar em junho de 1900, com o nome de Potosi, o segundo, um ano mais tarde e batizado Galicia.
De desenho tradicionalmente britânico, com casa de comando separada da superestrutura central, eram navios destinados a ter capacidade mista.
Possuíam casco de aço, seis porões de carga, três conveses, duas hélices, única chaminé e maquinário de expansão tríplice.
O Galicia, porém, não foi dotado de instalações para passageiros, ao contrário do Potosi, que podia transportar duas dezenas de pessoas em segunda classe e cerca de 780 emigrantes alojados em grandes espaços comuns de terceira classe.
O Potosi nunca chegou a navegar com esse nome. Quando se encontrava em fase de aprestamento, foi visitado por responsáveis da organização denominada Frota de Voluntários Russos (RVF), os quais procuraram na Inglaterra navios para comprar. O Potosi foi um dos escolhidos e a oferta da RVF foi aceita pela PSNC.
Os novos proprietários ordenaram então ao estaleiro construir uma série de modificações estruturais para adapta-lo como transporte de tropas.
Rebatizado Kazan, o vapor saiu, em setembro de 1900, de Newcastle para Odessa. Podia transportar cerca de 2 mil homens e logo após a sua chegada ao porto russo foi integrado como navio auxiliar da Frota do Extremo Oriente.
Em 1904, com a eclosão do conflito com o Japão, o Kazan foi transformado em navio-hospital e nessa condição foi afundado nas águas pouco profundas de Porto Arthur por ocasião do ataque conduzido pelos cinco contratorpedeiros nipônicos.
Após a captura desse porto pelos japoneses (em 1905), o vapor foi recuperado do fundo do mar e restaurado, passando ao serviço da Marinha Imperial do Japão, como transporte auxiliar, com o nome de Kasato Maru.
No ano seguinte, o navio foi afretado à armadora Tokyo Kisen, e por esta, utilizado na inauguração da nova linha entre o Japão e a Costa Oeste da América do Sul.
Em 1908, quando a Companhia Kokoku necessitava de um vapor para expedir seus primeiros emigrantes ao Brasil, é o Kasato Maru o navio escolhido.
Esta leva de imigrantes nipônicos chegando em terras brasileiras era a conseqüência da assinatura, em 1906, de um acordo entre o Japão e o Brasil, estabelecendo um tratado de amizade entre as duas nações.
Em novembro do ano seguinte, o então secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, Carlos Botelho, e Ryu Misuno, representando a Companhia Japonesa de Imigração Kokoku, firmaram contrato, autorizando a chegada de 15 mil imigrantes.
Em 28 de abril de 1908, o Kasato Maru zarpou de Kobe, tendo a bordo 781 emigrantes destinados à lavoura paulista.
Após 50 dias de viagem, o vapor atraca em Santos, em 18 de junho, marcando o início do fluxo de imigração japonesa no Brasil, fluxo esse que em 70 anos traria quase 800 mil indivíduos de um povo portador de milenar cultura formada por conhecimentos de ordem prática e sabedoria filosófica.
À viagem primeira do Kasato Maru, seguiram-se entre 1908 e 1914, outras nove, feitas por vapores diferentes, que desembarcaram em Santos um total de 133.200 imigrantes.
Além dessas viagens extraordinárias, feitas exclusivamente para o transporte de imigrantes, nenhum outro navio japonês aportava em portos brasileiros, não existindo ainda qualquer linha regular entre os dois países, tal fato só acontecendo em finais de 1916, por iniciativa da Osaka Shosen Kaisha (OSK).
A armadora Osaka Shosen Kaisha, em 1910, afretou o Kasato Maru pra sua linha comercial entre Kobe e Keelung.
Dois anos mais tarde, a OSK decide comprar o navio e reforma-lo. Após alguns meses de trabalho, o Kasato Maru volta a serviço, podendo acomodar um total de 520 passageiros em três classes diferentes.
Em dezembro de 1916, estando o Japão neutro no conflito que se desenrolava na Europa, a OSK decide inaugurar uma nova linha entre portos japoneses e portos da costa leste da América do Sul, via Oceano Índico, e o Kasato Maru é escolhido para inaugura-la, realizando viagem de Kobe a Buenos Aires, via inúmeros portos de escala intermediária.
No entretempo, o Galicia, navio-irmão do ex-Potosi, após permanecer durante 16 anos a serviço da armadora PSNC como navio de carga, empregado sobretudo na rota entre Liverpool e Valparaíso (Chile), foi vitima dos acontecimentos bélicos, sendo perdido em maio de 1917 ao largo da localidade de Teignmouth devido à explosão de uma mina naval.
A entrada em serviço na rota de ouro e prata de uma nova série de vapores, maiores e mais velozes, a partir do início da década de 20, fez com que a OSK retirasse da mesma os navios mais antigos.
Foi o caso do Kasato Maru, que, após uma substancial reforma, voltou a servir a linha entre o Japão e Taiwan.
Em 1930, foi vendido a uma empresa de pesca japonesa, sendo então convertido em navio-fábrica, função que manteve até seu destino final, sendo afundado em meados de 1945, no Mar de Okhotsk, águas japonesas, durante um violento ataque aéreo norte-americano.
Autor: José Carlos Rossini, colaboração de Laine Giraud

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