sábado, 24 de junho de 2017

São Paulo apresenta as esculturas hiper-realistas do australiano Ron Mueck.

Esculturas hiper-realistas do australiano Ron Mueck em São Paulo



A Pinacoteca do Estado de São Paulo, Instituição da Secretaria da Cultura, apresentou de 20 de novembro de 2014 a 22 de fevereiro de 2015 a exposição do artista Ron Mueck.

Com patrocínio do Bradesco, concebida pela Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris, com curadoria de seu diretor, Hervé Chandès, e de sua curadora associada Grazia Quaroni, a mostra vem a São Paulo após exposição no Museu de Arte do Rio de Janeiro e na Fundación PROA, Buenos Aires. Ron Mueck se inscreve na tradição escultórica de representação da figura humana.

Os temas, materiais e técnicas utilizados fazem dele um autor original, inovador e contemporâneo. Suas esculturas cativam pela mudança nas dimensões de escala e realismo dos personagens, cujos gestos sutilmente expressam situações cheias de vida e mistério.
Uma exposição de Ron Mueck é um evento incomum e fez sucesso por onde passou, Japão, Austrália, Nova Zelândia, México, Buenos Aires e Rio de Janeiro.

Mueck trabalha lentamente seu pequeno estúdio no norte de Londres, onde o tempo é um importante elemento para o seu processo criativo. O detalhe de suas figuras humanas é meticuloso, com mudanças surpreendentes de escala que estão longe do realismo acadêmico, hiper-realismo ou da pop art.

Suas obras não descrevem pessoas reais ou situações, mas a obsessão com a verdade falada de um artista que busca a perfeição e é extremamente sensível com a forma e a matéria. Empurrando a verossimilidade ao limite, Mueck cria obras secretas, meditativas e fascinantes.

Uma mãe com seu filho, casais jovens ou adultos que variam entre estados de tensão e calma e um homem nu em um barco à deriva, são algumas das imagens que fazem parte da exposição. Obras que encerram uma interioridade vital e profunda, capazes ao mesmo tempo de expressar a perfeição técnica do artista e sua obsessão com a verdade.
Mueck utiliza materiais como resina, fibra de vidro, silicone e acrílico para reproduzir fielmente cada detalhe da anatomia humana e construir esculturas que tematizam pinturas de vida e morte. Suas obras evocam uma espécie de realismo que é ao mesmo tempo íntimo e monumental. Em diferentes escalas, o artista amplia ou reduz muito o tamanho dos corpos para criar situações que movimentam o espectador.


Dentre as obras apresentadas, Still Life (Natureza morta, 2009) faz parte da tradição clássica do gênero, Woman with sticks (Mulher com galhos, 2008) se inclina para trás em um feixe de lenha e nos lembra contos de bruxas.

Drift (A deriva, 2009) e Youth (Juventude, 2009) parecem inspirados por manchetes, mas também evocam obras passadas.

Outras esculturas de Ron Mueck, como o grande auto-retrato adormecido Mask II (Máscara II, 2002), chocam os sonhos em realidade.  Jovem casal, 2013, Mulher com as compras, 2013 e Casal debaixo do guarda-sol, 2013, completam a mostra.
Seu reservado processo criativo é revelado no documentário apresentado na mostra. Still life: Ron Mueck at work (Natureza Morta: Ron Mueck no Trabalho). Produzido para a exposição na Fundação Cartier. Foi filmado no estúdio de Ron Mueck enquanto produzia suas obras.

É uma oportunidade única para observar o artista mergulhado em seu muito pessoal processo criativo.  A exposição teve ainda o catálogo Ron Mueck, livro referencial sobre seu trabalho artístico. Concentrando-se nas obras que compõe a mostra, revê em seus textos 20 anos da produção, as origens e trajetória do artista. Esta publicação poderá ainda ser adquirida na loja física e virtual da Pinacoteca.

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