quarta-feira, 16 de maio de 2018

A um mês da promessa de inauguração, ritmo das obras de Santa Cruz e Chácara Klabin é lento

A um mês da promessa de inauguração, ritmo das obras de Santa Cruz e Chácara Klabin é lento

Governo prometeu finalmente conectar a Linha 5 às linhas 1 e 2 em junho, mas trabalho perdeu velocidade após saída de Alckmin
Bloqueios em Santa Cruz: prazo relaxado (Metrô)
Não se pode dizer que o cenário surpreende afinal ele já é conhecido de outras épocas: político acelera as obras a fim de participar da inauguração e depois que deixa o cargo tudo volta ao normal. Ou seja, ritmo lento e previsões mais distantes. É o que se vê agora nas obras de ampliação da Linha 5-Lilás, após a saída de Geraldo Alckmin do governo do estado para concorrer à Presidência da República.
A linha hoje conta com 11 estações em horário pleno e uma em operação assistida e deve ficar completa quando ganhar outras cinco paradas até o final do ano. A ampliação crucial, no entanto, envolve as estações Santa Cruz e Chácara Klabin que finalmente conectarão a linha 5 às linhas 1 e 2 do Metrô. Com isso, estima-se que toda rede sofrerá mudanças em seu fluxo pela possibilidade de alterar alguns caminhos hoje usados – além de chegar a regiões até então não atendidas por trilhos.
Durante a abertura de Moema, em 6 abril, o governo prometeu abrir quatro estações (além das duas citadas também AACD-Servidor e Hospital São Paulo) em 60 dias, ou seja, no início de junho. Portanto, estaríamos a um mês da tão esperada inauguração, mas o que se vê nesses canteiros em nada lembra o corre-corre que presenciamos em Moema ou mesmo em Borba Gato, aberta no ano passado.
Sem a pressão eleitoral as duas estações de conexão seguem num ritmo relativamente tranquilo, de acabamento e instalação de sistemas. Imagens de abril publicadas pelo Metrô mostram os bloqueios sendo instalados em Santa Cruz, porém, detalhes como vidros da clarabóia somente nesta semana começaram a ser aplicados. É possível que haja tempo para que elas sejam finalizadas o suficiente para a inauguração mas a grande dúvida está no sistema de sinalização, o sempre lembrado CBTC, necessário para que os trens possam chegar até o final da linha.
Desde a abertura de Moema, ou seja, há exato um mês não há mais testes aos domingos e a própria estação mais nova da linha continua funcionando em horário limitado ao contrário de Eucaliptos que passou apenas 30 dias em testes.
A ironia é que as duas estações seguintes estão praticamente finalizadas há meses. AACD Servidor, por exemplo, ficou pronta muito antes de Eucaliptos e Moema e terá um impacto importante na mobilidade de pessoas que utilizam os hospitais do entorno. Porém, o Metrô optou por esperar para abri-la.
Concessão próxima
Para completar, a Bombardier, responsável não só pelo CBTC como também pelas portas de plataforma, está correndo para instalar o equipamento em Santa Cruz e Chácara Klabin que, pelo seu grande movimento, não poderiam funcionar sem esse recurso – nas demais, com exceção de Brooklin, elas seguem sem previsão.
Outra contagem regressiva que já está contando é a da concessão à Via Mobilidade, concessionária que venceu o leilão em janeiro. A empresa deverá assumir a linha no início de agosto, ou seja, em 90 dias.
A redução no ritmo das obras também pode ser vista em São Paulo-Morumbi, prometida para julho, mas que está ainda na parte civil, e também nas quatro estações restantes da Linha 15. Apesar disso, a pressão eleitoral pode fazer com que haja uma nova aceleração para acabar essas obras, isso porque o atual governador Márcio França, que é candidato a reeleição, tem até o dia 7 de julho (90 dias antes do pleito) para participar de inaugurações. Ou seja, preparem-se para a volta da correria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário