quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Os três distúrbios do sono mais comuns e como tratá-lo

Os três distúrbios do sono mais comuns e como tratá-los

Privação do sono, insônia e apneia são frequentes na população; quando não tratados, os distúrbios podem desencadear problemas de saúde
Um sono saudável é determinado geneticamente. Enquanto uns precisam de seis ou sete horas para se sentirem revigorados, outros necessitam de algumas voltas a mais no relógio para sentir o mesmo efeito reparador no organismo.

Porém, quando o sono — seja ele mais curto, seja ele mais longo — não é capaz de recuperar todo o cansaço do dia, sinal de alerta: isso pode acontecer por causa de algum distúrbio.

Existem dezenas deles, mas os exemplos a seguir são considerados os mais comuns pelos especialistas.

Quando não tratados, podem acarretar doenças sérias a longo prazo, como depressão, falta de memória, hipertensão e problemas cardiovasculares.

PRIVAÇÃO DO SONO
Todo mundo já deixou de dormir o suficiente por algum motivo. Uma festa que terminou de madrugada, um trabalho de faculdade que levou mais horas do que o previsto…
As razões podem ser muitas, mas o problema é o mesmo quando dormir menos horas que o necessário se torna um hábito.

Se não tratada, a privação do sono pode desencadear outros distúrbios a longo prazo, como insônia, apneia e sonambulismo.

Causas: rotina muito intensa que leva a um padrão desregulado de sono. Dormir tarde demais e acordar muito cedo, por exemplo, são hábitos que favorecem o surgimento do distúrbio.
Tratamento: depende do próprio indivíduo, já que a cura para a privação do sono é dormir. Técnicas como as da higiene do sono, que levam em conta a rotina dos horários de sono, oferecem bons resultados.
INSÔNIA
Se caracteriza pela dificuldade de pegar no sono ou acordar no meio da noite e não conseguir voltar a dormir facilmente por causa de pensamentos acelerados.
A insônia ocorre geralmente em mulheres após os 30 anos ou durante a menopausa e em idosos. Entre as consequências, diminuição de memória, fadiga e sintomas como depressão e ansiedade são frequentes.
Causas: a falta de sono pode ocorrer por diversos motivos, principalmente os relacionados ao estado emocional. Estresse, ansiedade e depressão são fatores de peso.
Tratamento: o mais eficiente é a terapia cognitiva comportamental, que inclui técnicas de reeducação do sono e procura identificar a origem da insônia.

A especialista Dalva Poyares afirma que, infelizmente, o acesso a esse tipo de terapia é limitado porque a oferta de profissionais é pequena. Outro método eficiente é a meditação mas, quando não há resultado, é preciso realizar o tratamento com remédios.

Crônica
A insônia é considerada crônica quando as dificuldades para dormir ocorrem em pelo menos três noites da semana durante três meses, segundo a National Sleep Foundation.
APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
É uma obstrução parcial ou total da via aérea por dez segundos a um minuto durante o sono. Estes eventos podem ocorrer de cinco a 15 vezes por hora, o que representa uma apneia leve, ou com mais frequência, em casos de apneia grave.
Como a pessoa em geral continua dormindo durante os eventos, sintomas como ronco excessivo e sonolência diurna podem indicar o distúrbio, mais frequente em homens com mais de 40 anos.

Se não tratadas, as crises de apneia podem aumentar chances de AVC, infarto e problemas como hipertensão arterial.

Causas: obesidade e deformidade facial (quando a mandíbula fica muito para trás da posição ideal) são as principais causas da apneia. Outro fator que pode favorecer os episódios de falta de ar é o consumo excessivo de álcool.
Tratamento: varia de acordo com a intensidade da apneia, que pode ser leve, moderada ou severa. O tratamento é feito, geralmente, através de aparelhos que ajudam a manter o nível de oxigenação estável durante a noite.
Em casos leves, o uso de um dispositivo ortodôntico, capaz de manter a faringe aberta, é suficiente. Perder peso e melhorar os hábitos alimentares também são medidas muito eficazes.
Nariz entupido
Nariz entupido não causa apneia, mas pode agravar os sintomas.
Fontes: Dalva Lucia Rollemberg Poyares, neurologista e professora da Unifesp e do Instituto do Sono de São Paulo; Danielle Salvatti dos Santos Malaquia, otorrinolaringologista.

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