Harry Benson fotografou toda a gente, de Luther King a Kate Moss
O novo documentário "Harry Benson: Shoot First", imortaliza o homem que passou a vida a imortalizar outros nas suas fotografias.
Tendo marcado presença em inúmeros eventos históricos e convivido com muitos famosos em alguns dos seus momentos mais vulneráveis, o fotógrafo escocês Harry Benson, conseguiu construir uma longa e consistente carreira. O novo documentário Harry Benson: Shoot First imortaliza o homem que, hoje com 86 anos, passou a vida a imortalizar outros nas suas fotografias.
O filme arranca em 1964, o mítico ano em que Benson acompanhou os Beatles durante a sua primeira viagem aos Estados Unidos. "Era um trabalho que não queria fazer", diz Benson. E acrescenta: "Tinha planeado ir a África. Era um jornalista sério".
No entanto, quando o seu editor insistiu, Benson, então com 25 anos, aceitou a tarefa. "Perguntei-lhe porque é que tinha de ir eu e ele disse-me que era porque o outro fotógrafo era feio e que a única coisa que não podias ter com os Beatles era alguém feio. Conhecia o outro fotógrafo e, de facto, era feio", conta com humor.
As fotos que Benson tirou aos Beatles são, sem qualquer exagero, incomparáveis. Reconhecem-se de imediato: a luta de almofadas no hotel, Paul com a cara cheia de espuma da barba... "São imagens dos Beatles que se tornaram eternas", sublinha o consultor de arte Henry Neville no documentário. E adianta: "Não há outras imagens dos Beatles que mostrem tanta sinceridade como as fotos de Harry; nelas vêem-se os verdadeiros quatro jovens que estavam a mudar a história".
Mas o filme também deixa claro que Benson é muito mais que o fotógrafo dos primeiros dias dos Beatles, que logrou conseguir partilhar momentos de intimidade com alguns dos ícones mais impenetráveis do século XX: Andy Warhol, Michael Jackson, Johnny Carson, Sophia Loren, Dolly Parton... a lista é interminável.
Benson presenciou em pessoa momentos importantes: as mortes de Robert F. Kennedy, Martin Luther King Jr. e John Lennon, ou os motins de Los Angeles. Infiltrou-se nos desfiles do KKK na Carolina do Sul, entrevistou e fotografou o assassino de Lennon, esteve nos campos de refugiados da Somália e entrou nas portas fechadas do IRA. Fez retratos de todos os presidentes dos Estados Unidos, a partir de Dwight D. Eisenhower e o foi o fotógrafo do mítico baile a preto e branco de Truman Capote.
O documentário também mostra a vida de Benson para além do seu trabalho e apresenta um retrato sincero de um homem que troca o Natal em família por uma história, viola as regras para conseguir uma boa foto e compete com toda a gente, mas, sobretudo, consigo próprio, porque, como diz: "Uma boa fotografia só acontece uma vez".
Harry Benson: Shoot First está já disponível na Amazon Video e iTunes. Encontras mais informação sobre o documentário na sua página oficial e aquisobre o trabalho de Benson.
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