Assistir a séries que mostram famílias reais nos transporta a uma realidade com joias, poder e residências suntuosas que, para nós, meros plebeus, parece inalcançável.
Quem já assistiu à nova temporada de “The Crown”, da Netflix, agora com a atriz Olivia Colman no papel da rainha Elizabeth 2ª, pode ter ficado com vontade de ver de perto esse mundo que desperta tanta curiosidade.
Helena Bonham Carter e Ben Daniels como a princesa Margareth e o marido Tony Courtesy/Netflix
São Paulo pode não ter o grandioso Buckingham, como Londres, mas por aqui temos palácios que vão de um hotel luxuoso até prédios públicos, como os que abrigam a Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal.
O roteiro indica lugares na capital paulista que levam palácio no nome. Figuram também um solar que entrou na história por estar ligado com dom Pedro 1º —ali viveu sua amante, a marquesa de Santos.
Além disso, também é destacado o palacete de 1910 que hoje abriga a Casa de Francisca, projeto que promove ações culturais e shows.
Para dar um tom mais inglês, há, ainda, uma seleção com sete locais para o chá da tarde —símbolo da cultura britânica, o nascimento da tradição é atribuído à duquesa de Bedford, que viveu no século 19.
Palácio Tangará
Nos anos 1940, o magnata Baby Pignatari queria presentear sua noiva com a Chácara Tangará. O relacionamento, porém, terminou antes da conclusão das obras, que ficaram estagnadas.
Nos anos 1990, parte do espaço foi inaugurado como o parque Burle Marx e, em meados dos anos 2000, começou a construção do seu vizinho, o Palácio Tangará, primeiro hotel seis estrelas do Brasil.
Localizado no Morumbi, o palácio permite que você desfrute de seus luxos por uma noite —mas, prepare-se, a diária não sai por menos de R$ 1.650.
Por ali, tudo transpira glamour, como o bar e o restaurante que leva a assinatura do chef Jean-Georges, com estrela do Guia Michelin no currículo.
O Palácio Tangará, inaugurado em 2017, inclui restaurante e espaço expositivo Zanone Fraissat/Folhapress/Zanone Fraissat/Folhapress
Porém, há uma opção de conhecer o hotel sem abrir a carteira. Desde o início do ano, exposições foram pensadas com objetivo de levar lazer e cultura não apenas aos hóspedes. Elas ocupam áreas comuns, como o lobby, o jardim do restaurante e a área externa da piscina.
O homenageado da vez é o piloto Ayrton Senna. No ano que marca os 25 anos da sua morte, o hotel exibe uma mostra sobre o tricampeão de F-1 com telas pintadas pelo artista Sami Akl e objetos que marcaram sua trajetória, como capacetes, troféus, um macacão e uma estátua de aço. Até o atual campeão Lewis Hamilton fez uma visitinha.
Palácio Tangará - R. Dep. Laércio Corte, 1.501, Paraíso do Morumbi, tel. 4904-4040. Seg. a dom.: 24 horas. Até 15/12. Livre. Grátis.
Palacete Tereza Toledo Lara
Tombado como patrimônio público, o Palacete Tereza Toledo Lara funcionava no anos 1910 como a primeira loja de instrumentos de São Paulo e já abrigou a rádio Record. Em 2017, o local passou a sediar a Casa de Francisca, um espaço dedicado à música brasileira. Com atmosfera clássica, o espaço tem arquibancadas que imitam as antigas plateias de rádio, sofás de couro, paredes coloridas, luz de velas e arranjos de flores.
R. Quintino Bocaiúva, 22, 1º andar, Sé, região central, tel. 3052-0547. 120 lugares. Ter.: 11h30 às 15h. Qua. a sex.: 11h30 às 15h e 19h30 à 1h. Sáb.: 12h30 às 15h30 e 19h30 à 1h. Reserva p/ casadefrancisca.art.br. Couv. art.: R$ 26 a R$ 80.
Ambiente da Casa de Francisca, reduto da cena musical alternativa contemporânea Ana Helena Lima/Divulgação
Palácio 9 de Julho
Inaugurado em 1968, o prédio que abriga a Assembleia Legislativa de São Paulo teve o projeto inspirado no estilo de Oscar Niemeyer. Além do órgão do governo de São Paulo, o edifício recebe visitas às terças, quartas e quintas-feiras, a partir das 14h, para grupos de no mínimo 15 e no máximo 50 visitantes. Acompanhado de um monitor, o passeio dura uma hora e passa pelas exposições temporárias, como a chamada Eu Quero Eu Posso, que, por meio de fotografias, reflete sobre a população afrodescendente. Também é possível ver obras do acervo permanente e visitar os plenários onde acontecem reuniões e sessões legislativas.
Av. Pedro Álvares Cabral, 201, Parque Ibirapuera, região sul, tel. 3886-6000. Seg. a sex.: 8h às 20h. Grátis.
Palácio Anchieta
Sede da Câmara Municipal, o Palácio Anchieta completou meio século neste ano. Aos interessados em conhecer as instalações do prédio, acontecem visitas de segunda a sexta, a partir das 14h. Porém, a organização do prédio sugere que os interessados agendem de terça a quinta, quando acontecem as sessões do plenário que o público pode acompanhar. Ali, grupos de 20 até 40 pessoas são recebidos com uma palestra, na qual é explicada as funções dos vereadores, a história da Câmara no Brasil e o processo legislativo. Além disso, a visita também passa pelo oitavo andar, onde há quadros de todos os presidentes da Câmara e o Salão Nobre da casa. Os agendamentos devem ser feitos pelo telefone 3396-4696.
Vd. Jacareí, 100, Bela Vista, tel. 3396-4557. Seg. a sex.: 10h às 19h. Livre. Grátis.
Palácio do Anhangabaú
Nem todos sabem, mas o edifício Matarazzo também é chamado de Palácio Anhangabaú. Inaugurado em 1939, o prédio foi construído a mando do empresário Francisco Matarazzo Júnior e a sede de suas indústrias. Atualmente, o local funciona como sede da Prefeitura de São Paulo e promove um passeio pelo terceiro andar e pelo jardim na cobertura com mais de 400 espécies de plantas e árvores, além de um mirante com vista do vale do Anhangabaú e do viaduto do Chá. Não há agendamento para a realização da visita; basta comparecer à recepção do prédio com uma hora de antecedência ao horário escolhido.
Edifício Matarazzo - Vd. do Chá, s/ nº, Centro, s/ tel. 10 vagas p/ período. Seg. a sáb.: 14h30 às 16h30. Livre. Grátis.
O edifício Matarazzo, também conhecido como Palácio do Anhangabaú, é a sede da prefeitura da cidade de São Paulo desde 2004 Avener Prado/Folhapress
Palácio dos Bandeirantes
Idealizado por Francisco Matarazzo Júnior (sim, o mesmo do Palácio do Anhangabaú), o prédio foi projetado para abrigar uma universidade de administração e economia, em 1955. Pela falta de verba, as construções foram interrompidas e, em meados dos anos 1960, o palácio se tornou a residência oficial dos governadores. A sede também abriga um acervo que inclui quadros de nomes renomados, como “Operários”, de Tarsila do Amaral. O público pode conhecer o local por meio de uma visita que passa por parte das coleções de louçaria e mobiliário colonial brasileiro. Por ali, também acontecem mostras temporárias; agora está em cartaz, até 8/12, a Marca da Terra, que destaca a diversidade gastronômica de São Paulo por meio de fotos. O agendamento deve ser feito com até dois dias de antecedência pelo e-mail monitoria@sp.gov.br.
Av. Morumbi, 4.500, portão 2, Morumbi, região oeste, tel. 2193-8000. Seg. a sex.: 10h às 18h. Grátis.
A entrada de visitas do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi Bruno Santos - 24.abr.19/Folhapress
Palácio Campos Elíseos
O casarão foi construído no fim do século 19 pelo arquiteto Matheus Häusler e foi inspirado o castelo d’Écouen, localizado na França. Encomendado pelo cafeicultor Elias Antônio Pacheco e Chaves, o prédio abrigou sua família até 1911. Em seguida, o local se tornou residência dos governadores até meados dos anos 1960, quando um incêndio atingiu o prédio; anos depois, foi sede de secretarias até 2006. A construção, tombada como patrimônio histórico pelo Condephaat, passou por um restauro e desde 2017 abriga o Sebrae-SP. No primeiro andar, está em cartaz a mostra Pioneiros e Empreendedores, que destaca a trajetória dos responsáveis por projetos inovadores do século 19 e 20 —que ocupa cômodos inicialmente utilizados quando a família recebia visitas. No segundo andar, funciona um espaço de coworking (onde eram os dormitórios) durante a semana, com entrada grátis.
Av. Rio Branco 1269, 1269, Campos Elíseos, região central, tel. 3224-6950. Ter. a dom.: 10h às 17h. Até 1/12. Livre. Grátis.
Fachada do Palácio dos Campos Elísios, no centro de São Paulo; imóvel passou por dois restauros na última década Eduardo Knapp - 23.dez.2016/Folhapress
Palácio dos Correios
O prédio histórico datado de 1921 ocupa uma área de 15 mil m² do vale do Anhangabaú. Tombado pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) em 2012, o imóvel que hoje é chamado de Centro Cultural Correios recebe exposições. Por ali, estão em cartaz três mostras. A primeira, chamada Arte Milenar da Ucrânia, reflete sobre a vinda de ucranianos ao Brasil nos anos 1920; a segunda, São Paulo Artes e Etnias, exibe telas do artista plástico Percival Tirapeli, que dialoga sobre diversas etnias de imigrantes e, por fim, Colônia é composta por instalações de até sete metros.
Av. São João, 250, Centro, região central, tel. 2102-3691. Seg. a sex.: 10h às 17h. Livre. Grátis.
Imagem da mostra sobre a Exposição Internacional Comemorativa do Centenário da Independência no Centro Cultural Correios do Rio Leia mais Divulgação
Palácio das Indústrias
Antes de fazer a alegria da criançada com o Museu Catavento, o palácio foi idealizado como um espaço com exposições relacionadas à indústria paulista —o projeto é assinado pelo escritório Ramos de Azevedo, responsável também pelo Theatro Municipal. Inaugurado em 1924, o local foi pensado também com o objetivo de revitalizar a região conhecida como várzea do Carmo, levando a ela saneamento básico e melhorias. Atualmente, o museu oferece instalações de ciência e tecnologia, a fim de mesclar conhecimento e diversão.
Pça. Cívica Ulisses Guimarães, s/ nº, Brás, região leste, tel. 3315-0051. Ter. a dom.: 9h às 17h. Ingr.: R$ 10. Ter.: grátis.
Museu Catavento completa três anos e promove eventos especiais durante a semana. Na foto, a fachada do Palácio das Indústrias, que já foi sede da Assembleia Legislativa e da prefeitura e hoje abriga o museu Leia mais Daniela de Moraes
Solar da Marquesa
Por um motivo polêmico, a dona deste solar entrou para a história. É que por ali vivia a dona Domitila de Castro e Mello, a marquesa de Santos, que foi amante de dom Pedro 1º. O solar é considerado o último com arquitetura residencial urbana do século 18 em São Paulo. Atualmente, a casa é o Museu da Cidade de São Paulo e expõe utensílios domésticos, parte do mobiliário, a parede original de taipa de pilão e até a banheira usada pela aristocrata na época. O local abriga também mostras temporárias, como a Sob Ataque, em cartaz até 15/3, sobre bombardeios que aconteceram em São Paulo durante a Revolução Paulista, em 1924.
R. Roberto Simonsen, 136, Sé, região central, tel. 3241-1081. Ter. a dom.: 9h às 17h. Livre. Grátis.
Solar da Marquesa de Santos no centro da cidade de São Paulo - Rubens Cavallari/Folhapress
Casas de chá
Balcão Verde
Dentro da loja Galpão Jardim Secreto está este espaço que destaca quitutes vegetarianos e infusões. São três as receitas fixas de bebidas, como a Despertar, que combina hibisco, maçã e canela, servidas quentes ou geladas. Elas podem fazer companhia ao bolo do dia, sempre com uma opção diferente.
R. Mj. Sertório, 209, Vila Buarque, região central, s/ tel. 20 lugares. Ter. a dom.: 10h às 18h.
Chá Yê
Os chás da casa vêm apenas de produção familiar ou de pequenos agricultores. Entre as opções, está o matchá com gengibre e limão, servido gelado. Também servem macarrões à moda chinesa, como o mogu, uma massa de arroz salteada com cogumelos e brotos. Às quintas-feiras, oferecem também dim sum, pequenos bolinhos chineses.
R. Fradique Coutinho, 344, Pinheiros, região oeste, tel. 4175-3221. 27 lugares. Ter.: 12h às 15h. Qua. a sáb.: 12h às 23h. Dom.: 13h às 20h.
Fundação Maria Luísa e Oscar Americano
Dentro do espaço com parque e acervo de arte, também há um salão de chá. Há opções à la carte, mas o serviço completo tem preço fechado e inclui salgadinhos, sanduíches, quiches em miniatura e um aparador com biscoitos, bolos e doces variados. Para beber, além das infusões, também há sucos naturais e chocolate quente.
Av. Morumbi, 4.077, Morumbi, região oeste, tel. 3742-0077. 30 lugares. Ter. a dom.: 10h às 17h30. Só aceita cartões de débito.
Chá completo da Fundação Maria Luísa e Oscar Americano - Gabriel Cabral/Folhapress
Mate Por Favor
A casa é boa opção para quem procura variedade de receitas veganas. Experimente as coxinhas de berinjela ou de jaca orgânica assada. Se a fome for maior, peça o sanduíche de tofu assado, berinjela, abobrinha, tomate, rúcula e molho de alho na baguete com gergelim. Para finalizar, os cupcakes de merengue e negresco são boa pedida.
R. Augusta, 1.492, Consolação, região central, tel. 3266-7822. 12 lugares. Seg. a sáb.: 8h às 22h. Dom.: 13h às 22h.
Talchá
Chás brancos, mates, pretos e infusões estão entre as mais de 80 variedades servidas em quatro shoppings da cidade. O destaque são os chás a granel vendidos para consumir em casa ou degustar nas mesas, acompanhados de bolos, sanduíches ou saladas. Prove o chá doce amêndoa e, para acompanhar, peça uma fatia do bolo do dia.
Av. Higienópolis, 618, piso Pacaembu, Higienópolis, região central, tel. 3823-3744. 32 lugares. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h.
Ambiente do Talchá - Newton Santos/Hype
Tea Connection
Serve misturas feitas com ervas de diversas partes do mundo. Os chás gelados, carros-chefes da casa, incluem o berry honey, feito com chá preto, blueberries, xarope de frutas vermelhas, xarope de mel e suco de limão. Entre as comidinhas para harmonizar, vá de hambúrguer de cogumelos com cebola assada, queijo brie, tomate fresco, rúcula, mostarda dijon e maionese de alho no pão de hambúrguer australiano caseiro.
Al. Lorena, 1.271, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3063-4018. 70 lugares. Seg. a dom.: 8h30 às 23h.
Chás Double Orange, Berry Honey e Lima Thai, servidos na Tea Connection - Inside Br/Divulgação
Teakettle
Mais de cem combinações de chás e infusões são servidas nesta casa. Com vista para um gostoso jardim, aproveite para pedir o bambu tea, um chá-verde com folhas de bambu, laranja, frutas e calêndula. Se passar em um domingo, há bufê de café da manhã.R. Alexandre Dumas, 1.049, Chácara Santo Antônio, região sul, tel. 5523-9615. 70 lugares. Ter. a sáb.: 10h às 18h. Dom.: 9h às 14h.