segunda-feira, 15 de abril de 2019

Sobre A TC - Terapia Cognitiva Ou TCC - Terapia Cognitivo-Comportamental

Sobre A TC - Terapia Cognitiva Ou TCC - Terapia Cognitivo-Comportamental

Dra. Ana Maria Martins Serra, PhD - Instituto de Terapia Cognitiva, São Paulo, SP

Terapia Cognitiva é um sistema de psicoterapia, proposto e desenvolvido pelo Dr. Aaron Beck e seus colaboradores, que integra um modelo cognitivo de psicopatologia e um conjunto de técnicas e estratégias terapêuticas baseadas diretamente nesse modelo.
Em meados da década de 1950, o Dr. Beck, Professor de Psiquiatria da Universidade da Pennsylvania em Philadelphia e um eminente Psicanalista, conduziu estudos empíricos para comprovar princípios psicanalíticos. A partir de seus estudos, propôs um modelo de depressão, que, evoluindo em seus aspectos teórico e aplicado, constitui-se em um novo sistema de psicoterapia, que ele denominou inicialmente de Terapia Cognitiva e que hoje é mais amplamente conhecida como Terapia Cognitivo-Comportamental.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) baseia-se na hipótese de vulnerabilidade cognitiva como um modelo de transtorno emocional. Seu princípio básico, que reflete uma postura construtivista, é de que nossas representações de eventos internos e externos, e não um evento em si, determinam nossas respostas emocionais e comportamentais. Nossas cognições ou interpretações, as quais refletem formas idiossincráticas de processar informação e representar o real, constituiriam a base dos transtornos emocionais, os quais seriam definidos, em TCC, mais propriamente como transtornos de processamento de informação.
Fundamentada no princípio básico da TCC e, em particular, na hipótese de primazia das cognições sobre as emoções e comportamentos, em TCC busca-se a reestruturação cognitiva, a partir de uma conceituação cognitiva do paciente e de seus problemas. Inicialmente, objetiva devolver ao paciente a flexibilidade cognitiva, através da intervenção sobre as suas cognições, a fim de promover mudanças nas emoções e comportamentos que as acompanham. Ao longo do processo terapêutico, no entanto, atua diretamente sobre o sistema de esquemas e crenças do paciente a fim de promover sua reestruturação. Em paralelo à reestruturação cognitiva, o terapeuta cognitivo utiliza ainda uma abordagem de resolução de problemas.
A TCC reflete aspectos interessantes em sua praxis. Baseia-se na noção de esquemas, construídos ao longo do desenvolvimento, cujo conjunto resume as percepções pelo indivíduo de regularidades do real com base em suas experiências históricas relevantes. Esquemas são definidos como superestruturas cognitivas que, em uma relação circular, organizam nossas experiências do real e são atualizados por elas, ao mesmo tempo em que guiam o foco de nossa atenção. TCC adota uma abordagem estruturada, mas apóia-se em uma relação colaborativa entre o terapeuta e o paciente, na qual ambos têm um papel ativo através do processo psicoterápico. Objetiva não apenas a resolução dos problemas imediatos do paciente, mas, através da reestruturação cognitiva, busca dotá-lo de um novo conjunto de técnicas e estratégias cognitivas para, a partir daí, processar e responder ao real de forma funcional, sendo o funcional definido como formas que concorrem para a realização de suas metas.
Características que a distinguem de outras formas de psicoterapia são o tempo curto e limitado e a eficácia comprovada através de estudos empíricos, em várias áreas de transtornos emocionais, como depressão, transtornos de ansiedade (transtorno de ansiedade generalizada, fobias, pânico, hipocondria, transtorno obsessivo-compulsivo), dependência química, transtornos alimentares, dificuldades interpessoais (terapia de casal e de família), transtornos psiquiátricos, etc., para adultos, crianças e adolescentes, nas modalidades individual e em grupo. Sua utilização no tratamento de psicoses apresenta resultados encorajadores. TCC ainda é indicada como coadjuvante no tratamento de transtornos orgânicos, e em intervenções nas áreas de educação, organizações e esportes.

Descubra qual tipo de terapia é a ideal para você

As terapias não são receitas de bolo. Mas diferentes tipos de personalidade podem se dar melhor com um tipo ou outro tipo de tratamento



Você é mais extrovertido? Pode ser um candidato ao psicodrama. Quer ir a fundo nos seus problemas? Ou quer resolver só aquele medo incontrolável barata? Claro que as terapias não são receitas de bolo – e que nós não vamos determinar necessariamente qual é a sua. Mas diferentes tipos de personalidadepodem se dar melhor com um tipo ou outro.
1. Psicanálise
O que é – A terapia criada por Freud segue forte. O paciente deita no divã, de costas para o analista, e tem liberdade total para falar, sem filtros. O terapeuta propõe conexões entre o que é dito e os problemas que levaram a pessoa ao consultório. A meta é estimular que o próprio paciente tenha seus insights, ou seja, compreenda o que acontece e como pode modificar.
Para quem é indicada: Para quem tem problemas crônicos de personalidade ou ainda quem quer conhecer suas camadas mais profundas.
Duração: As sessões podem chegar a quatro por semana, durante muitos anos.
2. Jungiana
O que é – Os sonhos são a chave da terapia. É por meio deles que o analista ajuda o paciente a encontrar as respostas para o que o incomoda. Além dos sonhos, desenhos e a caixa de areia, com miniaturas, servem para montar cenários. O analisado não pode falar do que quiser: o terapeuta busca manter a conversa sempre em torno dos problemas que o levaram até ali.
Para quem é indicada: Quem busca autoconhecimento profundo.
Duração: Variável. Mas pode durar vários anos.
3. Lacaniana
O que é – É das clássicas, com divã e de longa duração. Sem pauta prévia. O analista pesca, durante as conversas, as piadas e os atos falhos, além de usar da interpretação dos sonhos para acessar o inconsciente. É lá que está a compreensão dos problemas.
Para quem é indicada – Funciona bem com quem quer acessar suas camadas mais profundas em busca de autoconhecimento. Não é indicada para quem vive em situações de urgência.
Duração – Varia, mas tende a ser demorada. Costuma durar vários anos. O tempo de cada sessão também varia, pode levar de 15 minutos a duas horas.
4. Cognitivo-Construtivista
O que é – Além de analisar o que você pensa e o que você faz, a terapia ainda avalia o papel do sistema nervoso central em problemas aparentemente apenas psicológicos.
Para quem é indicada – Especialmente para quem tem lesões ou outros danos cerebrais, como processos degenerativos. Também é útil para quem quer dar um upgrade no cérebro, como vestibulandos e concurseiros.
Duração – Depende do tipo de problema.
5. Analítico-Comportamental
O que é – Ligada ao behaviorismo, a terapia monitora e modifica as relações com o ambiente. Trabalha com reforços positivos para mudar os comportamentos que atrapalham a vida.
Para quem é indicada – Funciona bem para quem tem ansiedade, pânico, fobia social, depressão, dependência química e problemas de aprendizagem.
Duração – Até dez sessões de avaliação, sessões semanais de tratamento que podem durar de poucos meses há alguns anos, dependendo da gravidade, e três encontros de encerramento.
6. Cognitivo-Comportamental
O que é – Pretende modificar os pensamentos disfuncionais – aqueles que só atrapalham, como “eu não faço nada direito”. A ideia é mostrar que isso pode ser modificado, com muito treino e pensamentos funcionais, como “isso eu não fiz direito, mas acertei daquela outra vez”.
Para quem é indicada – É útil em problemas pontuais, que vão de obesidade a psicopatia.
Duração – Entre 20 e 30 sessões, dependendo do problema.
7. Gestalt-terapia
O que é – Para os gestaltistas, os pacientes devem ser analisados em relação ao meio em que vivem, amigos, família e trabalho, e suas atitudes nesse meio. O terapeuta ouve o cliente, mas presta atenção em gestos, postura, tom de voz e expressões faciais. A terapia é focada no presente.
Para quem é indicada – Sabe a sensação de estar estagnado, entediado? A gestalt-terapia acredita que isso é causado por uma relação pouco saudável com o ambiente que nos cerca.
Duração – De meses a anos, conforme a evolução do tratamento.
8. Psicodrama
O que é – Geralmente em grupo, a terapia faz com que você encene seus problemas. O grupo discute e avalia como cada um se sentiu no processo. A ideia é que externando as emoções, seja mais fácil enxergá-las.
Para quem é indicada – Até um tímido pode se beneficiar do psicodrama. É que não é obrigatório encenar. Você pode participar apenas como observador.
Duração – Variável.
9. EMDR
O que é – A terapia faz o paciente simular o movimento dos olhos durante o sono REM. A ideia é que, quando isso acontece, o cérebro consegue reconstruir o caminho das memórias ruins de eventos traumáticos, que são processados e superados.
Para quem é indicada – Vítimas de acidentes, violência sexual e outros traumas. Pessoas com problemas crônicos, como fobias, depressão e até obesidade, também podem se beneficiar do método.
Duração – Poucos meses.

Por que todo mundo deveria fazer terapia de vez em quando?

·  julho 20, 2017
A terapia é uma boa ferramenta para poder analisar os nossos problemas a partir de outro ponto de vista. Os amigos podem nos dar conselhos, mas muitas vezes estes não são suficientes ou não são exatamente o que precisamos. É nesse momento que os psicólogos entram em cena. A sociedade está começando a admitir que a terapia não serve apenas para os loucos. Cada vez mais pessoas têm vontade de buscar na terapia uma contribuição que não conseguem encontrar em outro lugar.
Para pedir ajuda a um profissional da psicologia não é preciso estar louco nem fora de si. Pelo contrário, hoje em dia é bastante comum ir à terapia para melhorar e conhecer melhor o nosso interior. A terapia se transformou, para muitas pessoas, em um espaço onde é possível explorar suas luzes e suas sombras e aprender com elas. Não se trata de receber conselhos de alguém que não conhece você, mas de aprender a enxergar os seus problemas a partir de outra perspectiva.

Conceitos equivocados sobre a terapia

Muitas pessoas ainda continuam pensando que na terapia todo mundo se deita em um divã enquanto busca traumas na infância que podem explicar como a pessoa se sente agora. Outras acham que o terapeuta é uma pessoa que vai resolver os problemas do paciente sem que este tenha que fazer nenhum tipo de esforço. Também há aquelas pessoas que acreditam no oposto, que o terapeuta é um agente passivo na terapia, que se limita apenas a ouvir.
Essas ideias representam conceitos equivocados sobre como um psicólogo trabalha hoje em dia. A psicoterapia do divã se enquadra na psicanálise e nem todos os psicanalistas atualmente utilizam um divã. Nesse sentido, poderíamos dizer que, especialmente na Europa, a evolução da psicologia praticamente erradicou os divãs das consultas até transformá-los na exceção, não sendo mais a regra.
Os enigmas da mente
Os psicólogos não vão facilitar respostas, mas vão ajudar você a encontrá-las, inclusive alguns vão fazer perguntas que talvez você nunca se tenha feito e que podem (ou não) ser relevantes para o problema que você está enfrentando. Além disso, dependendo da situação, vão propor uma série de exercícios que podem ajudá-lo nessa tarefa. O mundo da terapia evoluiu muito e podemos encontrar correntes como a terapia cognitivo-comportamental, ou as terapias de terceira geração (mindfulness, terapia humanista, terapia sistêmica, etc.) que se utilizam do método cara a cara.

Por que é bom fazer terapia de vez em quando?

A terapia não é exclusivamente reservada para aquelas pessoas que têm transtornos mentais. É um bom recurso para todo mundo porque não somos invencíveis e, às vezes, precisamos de pontos de vista externos que possam nos enriquecer. Também não somos perfeitos, portanto, é provável que cometamos erros e não seria legal voltar a repeti-los.
“Frequentemente as pessoas dizem que ainda não encontraram a si mesmas. Mas o si mesmo não é algo que se encontra, e sim algo que se constrói”.
-Thomas Szasz-
Ir ao psicólogo é um ato de necessidade para muitas pessoas. Para outras não há motivos para ser algo obrigatório, mas não deixa de ser benéfico para a saúde mental e emocional. Na vida passamos por situações, traumas e momentos difíceis com os quais não precisamos lidar sozinhos. A psicoterapia nesse sentido sempre está disponível como um recurso que pode ajudar.

7 razões pelas quais a terapia pode ajudar

É interessante analisar as diferentes razões pelas quais a terapia é um bom recurso para qualquer pessoa em momentos pontuais da vida, que não implicam necessariamente tristeza ou ansiedade. Vamos ver!

Alivia o sofrimento proporcionando novas perspectivas para ver o mundo

A terapia ensina estratégias para diminuir o mal-estar e a angústia.Além disso, não alivia apenas os sintomas, ela ajuda a entender como esses sintomas apareceram na sua vida e porque se mantêm. Por exemplo, não ajuda somente a diminuir a ansiedade, mas também a entender porque ela está presente nesse momento na sua vida. Dessa forma, você pode analisar a partir de outra perspectiva o que está acontecendo.

Protege sua saúde emocional para que você consiga entender melhor suas emoções

O processo terapêutico é um bom recurso para melhorar sua inteligência emocional. Ele se aprofunda na análise dos seus medos e das suas emoções reprimidas para trazê-los à tona e começar a expressá-los para, assim, não se configurarem mais como um problema. Por exemplo, se você sente medo de ficar sozinho, a terapia pode ajudar para que você compartilhe esse medo e comece a lidar de outra forma com a ajuda do psicólogo.

Convida a sair da sua zona de conforto

O que você já conhece nem sempre funciona. É por isso que uma boa terapia pode ajudar a explorar suas zonas desconhecidas e a lidar com a incerteza de uma forma mais tranquila. Por exemplo, imagine que você se sente mal por não ter amigos, mas não faz nada para mudar. Aprender a se abrir e a se expressar na terapia vai ser muito útil para, em seguida, tentar realizar novas atividades que vão proporcionar oportunidades de conhecer pessoas novas.
Fazer terapia

Ajuda a se distanciar dos problemas e enxergá-los de uma forma mais ampla

Quando estamos imersos nos nossos problemas, muitas vezes é difícil encontrar uma solução. Nesse sentido, o psicólogo pode ajudar você a ampliar seu leque de opções e, inclusive, a entender por que determinadas situações, por vezes positivas a partir de um raciocínio lógico, despertam rejeição. Por exemplo, se você tem um problema com um parente. Ao se colocar no lugar da pessoa, por meio de um “role-playing” na sessão, você vai conseguir entender melhor o conflito.

Permite conhecer melhor as diferentes partes de si mesmo

Nunca nos conhecemos completamente. Sempre há partes que podem ser exploradas e entendidas de uma forma melhor. Às vezes, temos maneiras de ser e de agir que podemos rejeitar de maneira consciente ou inconsciente. Por exemplo, em um processo de psicoterapia, você pode perceber quais partes de si mesmo você não aceita e começar a se reconciliar com elas.

Clareia a mente e permite ver o que é importante na sua vida

Frequentemente, nos ofuscamos tanto com o que está ruim, com o que não funciona, que nos esquecemos de valorizar o que realmente é importante na nossa vida, de aproveitar o nosso presente e os nossos afetos e pessoas queridas. Por exemplo, você pode estar tão envolvido no trabalho que se esquece do seu relacionamento com seu companheiro ou sua companheira. A terapia ajuda a relativizar seus problemas e dar valor ao que é importante.

Favorece o autoconhecimento e uma atitude compassiva

Entrar em um processo de autoconhecimento vai nos permitir tomar consciência de muitos pensamentos, emoções e atitudes das quais não tínhamos consciência. Por exemplo, às vezes nos tratamos mal e não percebemos. A terapia ajuda a: estimular a autocompaixão, ter mais paciência e ser mais compreensivo consigo mesmo.

Fortalece sua saúde mental prevenindo possíveis quedas emocionais

A terapia é um bom recurso para fortalecer a autoestima e recuperar a sintonia com nosso interior que costumamos perder no turbilhão do estresse diário. Na verdade, você já tem muitas ferramentas para enfrentar seus problemas, a terapia apenas vai ajudar a tomar consciência delas e a escolher qual é a mais adequada para cada momento.
Fazer terapia para entender a mente
Lembre-se de que é você quem escolhe seu destino e quem possui o leme para guiar o barco. Nesse sentido, você pode aprender a mantê-lo em rota ou navegar aproveitando o processo. Não tenha medo de pedir ajuda, não é algo que vai fazer você se tornar mais fraco. É exatamente o oposto.
Nunca é tarde para descobrir os benefícios da terapia e começar a aproveitar o dia a dia sem tanto peso nem dores de cabeça. A terapia funciona para todo mundo porque somos humanos, passamos por momentos difíceis na vida e não precisamos saber resolver tudo sozinhos. Compartilhar seu mal-estar e se beneficiar de um tratamento psicológico pode ser uma grande decisão, a longo prazo sua saúde mental vai agradecer.

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