Enel vai investir US$ 900 milhões para melhorar serviços da Eletropaulo
A boa notícia para o consumidor é que a quantidade e o tempo das interrupções no serviço deve diminuir. Mas o valor da tarifa pode aumentar.
5 jun 2018, 15h40 - Publicado em 5 jun 2018, 13h17
São Paulo – A Enel pretende fazer investimentos de 900 milhões de dólares para melhorar os serviços da Eletropaulo, em São Paulo. O dinheiro será investido entre 2019 e 2021, principalmente em manutenção e modernização, segundo executivos da empresa.
A boa notícia para o consumidor é que a quantidade e o tempo das interrupções no serviço devem diminuir. A companhia afirma que, no primeiro trimestre deste ano, reduziu a duração das interrupções de serviço em 18,2% no Rio de Janeiro, estado onde já atua. Já a frequência das interrupções caiu 31,2%.
Porém, isso deve ser acompanhado de algum aumento na tarifa de energia, ainda que a parcela da tarifa representada pelo serviço de distribuição seja de apenas 20%, segundo a empresa.
“A Eletropaulo nos últimos anos não realizou os investimentos necessários para manter o nível de qualidade de e eficiência necessárias”, disse o country manager da empresa no Brasil, Carlos Zorzoli, durante coletiva de imprensa.
Dentre as melhorias a serem implementadas está digitalização da rede, começando pelos pontos mais críticos. Com isso, segundo os executivos da empresa, o tempo de interrupção do serviço em caso de queda de energia será reduzido.
Já o enterramento de fios, demanda antiga do sistema de distribuição de energia na cidade de São Paulo, não está nos planos por enquanto. “É um processo extremamente caro. A sociedade está disposta a pagar?”, questiona o executivo.
Dividido em três anos, o investimento ficará numa média de 300 milhões de dólares por ano, um aumento significativo em relação à média de 224 milhões de dólares investidores pela Eletropaulo entre 2015 e 2017.
A empresa enxerga oportunidades em São Paulo que vão além da distribuidora, como a oferta de serviços de seguro e assistência para o consumidor, ou ainda a distribuição de energia para carros elétricos.
“A mobilidade elétrica será parte das grandes cidades como São Paulo e a Enel tem tecnologia que permite o desenvolvimento de uma mobilidade mais sustentável”, afirmou Zorzoli.
Com a aquisição da Eletropaulo, a Enel passa a ser a maior empresa de energia do país em faturamento – atingindo uma marca de 48 bilhões de reais, em números de 2017.
Os executivos garantem que o alto investimento para a aquisição da empresa paulista não tira a italiana do jogo das aquisições. Com uma alavancagem de 2,5, a empresa continua atenta a novas oportunidades de investimento no Brasil. Porém, os executivos não quiseram comentar sobre o apetite da companhia em relação às distribuidoras da Eletrobras, cujo processo de privatização continua em discussão.
Conheça a Enel, a gigante italiana que levou a Eletropaulo
Essa é a terceira grande aquisição da italiana no Brasil em um ano e meio.
5 jun 2018, 13h30 - Publicado em 5 jun 2018, 09h55
São Paulo – A Enel fechou ontem a compra de 73% da Eletropaulo, por um valor total de 5,55 bilhões de reais. Com isso, a companhia italiana consolida sua presença no mercado brasileiro, tornando-se a maior distribuidora de energia do país
Essa é a terceira grande aquisição da italiana no Brasil em um ano e meio. No fim de 2016, a Enel comprou outra distribuidora, a Celg, de Goiás, por 2,2 bilhões de reais. Em 2017, a italiana venceu o leilão da usina de Volta Grande, em Minas Gerais, por R$ 1,4 bilhão.
A empresa já possui três distribuidoras no país: além de Goiás, com a Enel Goiás (antiga Celg), atua na distribuição nos estados de Rio de Janeiro, com a Enel Rio (antiga Ampla Energia), e Ceará, com a Enel Ceará (antiga Coelce).
No total, são 10 milhões de clientes atendidos. Se a compra da Eletropaulo se concretizar – ainda é preciso passar pela aprovação de órgãos como a Aneel – esse número saltará para 17 milhões.
A companhia tem ainda forte atuação na geração de energia solar e eólica, através da subsidiária Enel Green Power Brasil. A italiana opera o Parque Solar de Nova Olinda, no Piauí, a maior planta de energia solar do país. Também possui Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s) em diversos estados e uma usina termoelétrica de gás e vapor no Ceará.
A empresa está presente em 35 países e atende, no total, 63,5 milhões de usuários ao redor do mundo. Na geração de energia, tem uma capacidade instalada de 85 GW.
Em 2017, o faturamento global da companhia foi de 74,6 bilhões de euros, com ebitda de 15,7 bilhões de euros. A Enel também vendeu, neste período, 11,7 bilhões de metros cúbicos de gás. Listada na bolsa de valores de Milão, a Enel tem como seu maior acionista o Ministério Italiano de Economia e Finança, que detém 23,6% da empresa.
Fonte: Exame
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