segunda-feira, 23 de julho de 2018

História da Liberdade vai dos enforcados aos imigrantes

História da Liberdade vai dos enforcados aos imigrantes

Bairro que era cenário de execuções se tornou reduto de asiáticos no centro da capital paulista

O Estado de S. Paulo
13 Outubro 2015 | 19h04
No princípio, o mais famoso bairro oriental do Brasil não se chamava Liberdade e tampouco era casa de imigrantes japoneses, coreanos e chineses. No século XVI, por exemplo, perto de onde hoje fica a Igreja de Santa Cruz dos Enforcados, havia uma capela de mesmo nome e um cemitério (dos Aflitos). O Pelourinho, local em que eram torturados os escravos, também ficava por ali e a região durante muito tempo levou o nome de Campo da Forca e teve justamente essa função até 1870, quando foi extinta a pena de morte por enforcamento. O espaço seria então convertido em praça (ou largo) da Liberdade. 
No século XVII, havia naquelas terras a meio caminho entre o centro e o então município de Santo Amaro, chácaras de perfil rural e cultivo de chá. Com o tempo, vieram os loteamentos e foram rasgadas a Avenida Liberdade e a Rua Vergueiro e fundados os distritos Sul e Norte da Sé. O Sul, por sua vez, ganharia o nome de Liberdade em 1905. Só no começo dos anos 1900 a imigração oriental se consolidou na região. 
1. Séculos XVI, XVII e XVIII
A atual praça da Liberdade era conhecida como Campo da Forca. Ficavam na região, ainda, o Pelourinho e um dos primeiros cemitérios da cidade, o dos Aflitos, que não existe mais. 
2. Século XIX
Em 1833, como parte do distrito da Sé, a região recebe o nome de distrito Sul da Sé. Perto da virada do século, o bairro passa a ganhar contornos mais urbanos, ruas e novos imóveis. A morte por enforcamento no Brasil é abolida em 1870 e o Campo da Forca passa a se chamar Largo (ou Praça) da Liberdade. Os trilhos do bonde fazem a conexão do centro com Santo Amaro – e a rua Domingos de Moraes deriva desse caminho. Os habitantes do bairro eram em sua maioria imigrantes europeus, sobretudo italianos e portugueses.
3. Século XX
1905
É criado, no lugar do distrito Sul da Sé, o distrito da Liberdade.
1908
Chegam os primeiros imigrantes japoneses ao Brasil, em 1908, quando ancorou no porto de Santos o navio Kasato-Maru. 
Tradições dos imigrantes fazem parte da história do bairro da Liberdade Foto: Estadão
1920
Na década de 20, os japoneses viviam e trabalhavam (abriam seus negócios) na Conde de Sarzedas. Vieram outros navios ao longo dos anos e a essa altura Tabatinguera, Conde e adjacências já eram habitadas em sua maioria pelos orientais.
1924
No dia 5 de julho estourou a Revolução de 1924, segundo capítulo do Tenentismo, que pretendia derrubar o governo da República. A cidade era estratégica e tinha a melhor rede ferroviária. A artilharia dos federais, em defesa do governo, pautou boa parte do combate. Eles bombardeavam os rebeldes destruindo casas e matando civis. A Liberdade, onde havia linhas de defesa dos revoltosos, foi uma das vítimas, bem como a Aclimação e a Vila Mariana.
1930 e 1940
A Avenida Liberdade foi alargada e a verticalização despontou em suas margens.
1942
A essa altura, durante a Segunda Guerra Mundial, cerca de 13 navios brasileiros já haviam sido atingidos e perdidos. Morreram quase 200 pessoas. Patrulhas policiais vasculhavam a Liberdade e a vida da colônia japonesa. Eles entravam nas casas em grupos a procura de armas ou indícios de ligação dos moradores com o governo japonês.
1950, 1960 e 1970
O subdistrito da Liberdade era um dos mais populosos da cidade, com 16.720 habitantes. A imigração japonesa se consolidava e sua cultura ganhava força em festas e na paisagem do bairro. Muitos coreanos e chineses também se mudaram para a Liberdade. Chegaram as típicas lanternas suzuranto. O "Bairro Oriental", que reúne ruas e praças decoradas, simulando uma cidade japonesa, surge oficialmente em 1974. No ano seguinte, são inauguradas as estações Liberdade e São Joaquim do Metrô.

Capela Nossa Senhora dos Aflitos - A Capela "Assombrada" (Série: Bairro da Liberdade)

Seja bem vindo (a) ao UMA OUTRA SAMPA!
Você acredita em lugares assombrados, com fantasmas ou almas penadas? Bem... Eu não.
Pode parecer estranho para quem lê, mas a matéria que vou escrever hoje seria a que daria inicio a este blog. Sim, depois de pouco mais de um ano tento finalizar o que não consegui terminar na 1ª semana de Junho de 2012, desde então sempre que começo a escrever alguma coisa acontece, já queimou meu PC, já deu pane na memória RAM do meu laptop, sinto muita dor de cabeça quando tento escrever este assunto, todas as vezes algo me afasta do tema, e óbvio que hoje não seria diferente.
Perdi todo o material sobre o tema que comecei a escrever um ano atrás! Ainda bem que tenho um HD externos onde salvo meus back ups. Vamos lá?
Na primeira semana de Junho de 2012 eu havia lido sobre a Capela Nossa Senhora dos Aflitos depois de conversar com a minha amiga Tais que falou sobre o assunto, fui até a Rua (Beco) dos Aflitos nº 70 no Bairro da Liberdade e conversei com a Ilth que é zeladora do local, conversamos por um bom tempo e ela me deu vários detalhes sobre a história e disse que sempre querem fazer reportagens sensacionalistas sobre a Capela, que a "fama" leva muitos curiosos até o local e algumas pessoas tem medo de entrar, até uma sensitiva foi convidada para conhecer a Capela mas recusou. 
Voltemos entre 200 e 300 anos no tempo. O local de sepultamento do corpo dependia de sua classe social, onde os mais ricos eram enterrados nas igrejas e os pobres ficavam na proximidade ou no terreno delas (adros), porém em uma determinada data não havia espaço para enterrar mais pessoas, e o mais difícil era enterrar os condenados pela Justiça, já que estes não poderiam ficar em solo sagrado. Então a igreja católica paulistana criou o 1º cemitério aberto de São Paulo, o Cemitério dos Aflitos.
Fundado em 3 de outubro de 1775 por Dom Frei Manoel da Ressurreição, então Bispo de São Paulo, este cemitério receberia apenas os pobres, indigentes, escravos e condenados a justiça, desta época resta apenas a Capela (Nossa Senhora dos Aflitos) criada em 1779 próxima ao campo da forca (Enforcadouro de São Paulo) onde hoje é a Praça da Liberdade, sim, aquela que você come Yakissoba aos domingos já foi um lugar onde várias pessoas foram enforcadas.
Entre os sentenciados, o mais famoso foi o soldado Francisco José da Chagas, conhecido como "Chaguinha", que fora condenado por liderar uma rebelião que tinha o tema questões salariais. Em 1821 quando ele foi condenado a forca houve uma situação que sinceramente não tem como explicar.
A praça estava cheia para ver o enforcamento dele, mas na primeira tentativa a corda rompeu, na segunda ela também rompeu, somente na terceira tentativa ele foi enforcado, e enquanto isso as pessoas gritavam "LIBERDADE!", alguns alegavam ser um milagre divino e pediram para soltar o pobre soldado que possivelmente seria um homem abençoado, mas nada disso salvou Chaguinha da forca. Outra versão é que após a segunda tentativa outro preso ocupou o lugar de Chaguinha que foi retirado do local e nunca mais se ouviu falar dele.
A Capela fica no final do Beco, escondida para quem passa rápido pela rua.
A Capela tem um ar misterioso, e precisa de reformas.
Um dos altares da Capela.
Vale lembrar que não consegui fazer a entrevista na primeira visita, quem estava lá era o filho da Ilth e tive que voltar no dia seguinte para conversar com ela, ficamos um bom tempo falando sobre a história da Capela, ela me disse que falta dinheiro para reformas e realmente o lugar precisa de uma. Também me falou sobre o misticismo por trás da "fama" do Chaguinha o santo popular local, sobre as pessoas que são devotas de um santo não reconhecido pela igreja, e suas crendices por ele.
Porta onde as pessoas deixam seus pedidos para Chaguinha.
Placa com seu nome na porta.
Algumas lendas urbanas dizem que o local é assombrado, onde janelas se quebram, a noite é possível ouvir gemidos e vozes chorosas, ver pessoas com o pescoço quebrado e uma forca pendurada, e outras dizem que Chaguinha já curou pessoas, já concedeu milagres, mas a Ilth nega, principalmente a parte assustadora da lenda.
As flores e pedidos são deixados na porta por onde Chaguinha passou ao sair da Capela em direção a forca, os pedidos são feitos por pessoas aflitas ao santo aflito, na esperança de serem concedidos.
 Altar principal.
 Velário da Capela. Não sou católico mas acendi uma vela pro Chaguinha também.
A Capela fica no final do beco, e isso dá um clima maior de suspense.
Volto a falar, (até agora) não acredito em fantasmas, assombrações, e coisas do além que façam mal as pessoas, não senti nenhuma energia negativa na Capela, mas é muito estranho eu demorar um ano para conseguir escrever este texto, tantas coisas que aconteceram sempre que eu tentava falar sobre este tema, admito que isso me deixou intrigado, ainda mais pelo fato de que hoje, demorei "apenas" 8 horas para terminar este texto. Se é assombrada ou não, vale a pena a visita, tire sua própria conclusão!
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Esperamos que tenha gostado de mais esta aventura.
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Aqui nós vamos conhecer: UMA OUTRA SAMPA !
Erik Grapeia.

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