23/09/2015 15:03
Tecnologia e indústria
EULINA OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O uso de big data e da internet das coisastambém pode ser visto nos serviços públicos. Este é o conceito das cidades inteligentes, outra vertente da digitalização. Diversas metrópoles espalhadas pelo mundo já contam com recursos da tecnologia da informação, em diferentes níveis, em que sistemas de saneamento, iluminação, transporte, entre outros, estão conectados à internet para se tornarem mais eficientes.
Empresas de tecnologia desenvolvem programas para detectar vazamentos de água, monitorar o trânsito, fazer a manutenção do sistema de iluminação e controlar a poluição do ar, entre outros exemplos.
Wikings Machado, diretor de marketing e estratégia de gerenciamento de energia da Siemens, afirma que, com a automação e a digitalização, as cidades estão virando grandes centralizadores de dados. "Com a consolidação dessas informações, as cidades podem tomar medidas mais assertivas para melhorar o conforto da população."
Daniel Marenco - 9.mar.2012/Folhapress | ||
Centro de operações da prefeitura do Rio de Janeiro, inaugurado em 2010 |
No Brasil, a cidade do Rio de Janeiro foi eleita este ano, durante o evento Connected Smart Cities, como referência no ranking geral dos municípios com mais de 500 mil habitantes. A segunda colocada foi a cidade de São Paulo, seguida por Belo Horizonte, Brasília e Curitiba.
O carro-chefe da "smart city" é o Centro de Operações Rio. Inaugurado em 2010, o centro integra 30 órgãos que monitoram a cidade 24 horas por dia e consolida todas as etapas de um gerenciamento de crise, como chuvas fortes, deslizamentos e acidentes de trânsito.
Mas, assim como na internet das coisas, Antônio Selvatici, doutor em Robótica Móvel e professor da Fiap, diz que uma das barreiras para as cidades inteligentes funcionarem plenamente é a interconexão entre as tecnologias para que os sistemas operem em harmonia. "Isso depende de padronização dos sistemas, e a questão é que, como o mercado é muito grande, cada um quer ter seu padrão."
A cidade inteligente faz parte do plano estratégico da prefeitura para tornar o Rio de Janeiro mais ágil, em termos de prestação de serviços, mais conectado e mais cognitivo, isto é, em constante transformação, com a participação da população
Franklin Coelho, secretário municipal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro
INTERNET DAS COISAS
INTEGRAÇÃO
Cada vez mais aparelhos se conectam à internet e passam e se comunicar entre si. Essa revolução tecnológica engloba desde tablets até automóveis, relógios, roupas e óculos. Um smartphone pode se comunicar com uma smart TV e controlar a iluminação e fechar as cortinas, por exemplo
BIG DATA
ANTECIPANDO NECESSIDADES
A partir da captura e análise de dados disponibilizados na internet, empresas de tecnologia conseguem fornecer ferramentas para prever uma determinada necessidade. Com a informação em mãos, é possível, por exemplo, antecipar o risco de desabamento de uma área
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Tecnologia e indústria
EULINA OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma nova revolução industrial está em curso, em que toda a cadeia de produção é automatizada e digitalizada. Trata-se da indústria 4.0, cujo conceito surgiu em 2011, na Feira de Hannover, na Alemanha, como parte da estratégia de alta tecnologia do governo daquele país.
"Pode-se dizer de uma maneira básica que a indústria 4.0 é a união da automatização da indústria com a internet das coisas, em que os equipamentos 'conversam' entre si. É a conectividade sem fio junto com a inteligência do equipamento buscando a otimização dos serviços", explica o professor Almir Meira, coordenador dos cursos de Engenharia da Computação e Engenharia de Produção 2.0. da Fiap.
Na indústria 4.0, o produto é inteiramente concebido em um software antes de se iniciar a produção física. "Com a simulação do produto no mundo digital, ganha-se tempo e os custos caem, aumentando o retorno sobre o investimento", destaca Renato Buselli, vice-presidente de Digital Factory da Siemens Brasil. Segundo ele, estima-se que a redução de custos apenas na etapa de engenharia possa chegar a 30%.
Uma vantagem da produção totalmente integrada é que é possível detectar e corrigir falhas durante a fabricação com mais rapidez, além de acompanhar a distribuição e a revenda até o cliente final. Outra possibilidade surgida com as fábricas inteligentes é o aumento da customização.
INDÚSTRIA NACIONAL
No Brasil, a indústria 4.0 está dando alguns passos, sendo que grande parte do parque industrial brasileiro ainda nem chegou à terceira revolução, em que a produção é automatizada. Mas algumas empresas no país, como Ambev, Volkswagen e Embraer, já entraram na era da indústria 4.0.
Antonio João Carmesini, diretor de Engenharia de Manufatura da Embraer, explica que desde 2011 a fabricante de aviões trabalha com a virtualização da produção, desde o componente mais básico até a entrega da aeronave, antes de iniciar o processo de fabricação propriamente dito.
"Isso nos permite simular e antecipar processos para produzir com mais qualidade, rapidez, maior produtividade e redução de custos", afirma.
Marcelo Prim, gerente executivo de Tecnologia e Inovação do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) destaca que há instituições, universidades e empresas, incluindo o Senai, estudando como desenvolver essa nova indústria no Brasil, e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação criou um grupo de trabalho para desenvolver políticas públicas voltadas para a indústria 4.0.
Prim explica também que se trabalha com um cenário de dez anos para o Brasil entrar de fato na indústria 4.0, mas a crise econômica atual pode desacelerar os planos.
Divulgação | ||
Linha de montagem final na fábrica da Volkswagen, em Taubaté, São Paulo |
É em época de crises que se criam oportunidades, embora o custo inicial do investimento seja mais alto
Almir Meira, coordenador dos cursos de Engenharia da Computação e Engenharia de Produção 2.0. da Fiap
IMPRESSORA 3D
FAÇA VOCÊ MESMO
Há pelo menos dez anos elas são bastante utilizadas para construir protótipos. O que mudou é que agora elas chegaram a um estágio que permite seu uso comercial. Hoje, já é possível imprimir uma infinidade de objetos com algo em torno de 15 modelos de impressoras 3D, de próteses e órgãos humanos para transplantes médicos a móveis, passando por bijuterias, roupas e instrumentos musicais
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Consumo e sociedade
Expansão da internet das coisas muda rotina de pessoas e indústrias
EULINA OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mais uma revolução digital vem ganhando força entre os ligados em tecnologia: trata-se da internet das coisas (IoT, "internet of things", em inglês) em que cada vez mais aparelhos se conectam à internet e passam a se comunicar entre si.
Isso engloba desde smartphones e tablets até automóveis e eletrodomésticos, passando pelos dispositivos "vestíveis", como relógios, óculos e roupas.
O que há alguns anos parecia ficção científica hoje é uma realidade, e as novidades não param de aparecer. Hoje, com a automação, praticamente todos os dispositivos de uma casa podem se comunicar entre si. Uma smart TV pode controlar a iluminação e fechar as cortinas, por exemplo.
A IoT está presente nas mais diversas áreas. Equipamentos médicos também já fazem parte dessa nova onda digital. Um aparelho de ressonância magnética pode enviar em tempo real o resultado do exame do laboratório diretamente para o consultório, assim como um médico pode ajustar remotamente o marca-passo do paciente.
Thomas Peter/Reuters | ||
Expositor demonstra smartphone que controla uma smart TV; fabricantes apostam em integração de recursos de internet |
"A internet das coisas se tornou uma força poderosa para a transformação dos negócios, e seu impacto disruptivo será sentido por todas as indústrias e todas as áreas da sociedade", afirma a consultoria Gartner.
Um dos grandes desafios, porém, é fazer com que aparelhos de marcas diferentes "conversem" entre si. "Um dos pilares dessa indústria é o desenvolvimento de IoT por plataforma aberta, de forma a interconectar o maior número possível de aparelhos", afirma Mario Laffitte, vice-presidente de Marketing e Assuntos Institucionais da Samsung para América Latina.
VULNERÁVEIS
Falhas de segurança podem ocorrer entre esses objetos interconectados e abrir brechas para a atuação de hackers.
Especialistas apontam que, apesar da vulnerabilidade desses aparelhos, esses hackers estão atrás, na verdade, da grande quantidade de informações geradas pela internet das coisas e que vão parar em servidores e na nuvem, como dados pessoais e bancários.
A internet das coisas se tornou uma força poderosa para a transformação dos negócios, e seu impacto disruptivo será sentido por todas as indústrias e todas as áreas da sociedade
Consultoria Gartner, sobre o desenvolvimento desta tecnologia
PREVENDO O FUTURO
OS JETSONS
Exibido originalmente entre 1962 e 1963, o desenho se passava na Era Espacial. Apesar de ainda não termos carros flutuantes, a família acertou em diversas tecnologias, como vídeo-conferência, tablet, relógio com TV e, claro, o uso de robôs
"ELA"
FICÇÃO
No filme dirigido por Spike Jonze (2013), Theodore (Joaquin Phoenix) se apaixona pelo sistema operacional de seu computador. Além dos comandos de voz, o software Samantha tem personalidade e consegue expressar emoções
TUDO INTELIGENTE
CRESCIMENTO
A empresa de consultoria Gartner estima que 4,9 bilhões desses aparelhos inteligentes estarão em uso em 2015, um aumento de 30% em relação a 2014. Esse número chegará a 25 bilhões até 2020. E a consultoria IDC prevê que o mercado global de IoT vai quase triplicar em 2020 na comparação com 2014, para US$ 1,7 trilhão
1,2 mil
Consumo e sociedade
EULINA OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Imagine que você entrou numa loja de eletrodomésticos e em instantes um vendedor lhe oferece uma geladeira exatamente como a que você pesquisou na internet pouco tempo antes. Ou que uma prefeitura possa antecipar em três dias, com precisão, o risco de desabamento de uma área. Ou uma empresa que aumentou a previsão de demanda de um determinado produto com base em dados estatísticos coletados em tempo real, elevando sua participação de mercado.
Todas essas situações são possíveis com um fenômeno que vem ganhando cada vez mais força no mundo dos negócios e também na esfera governamental: o big data. Com um volume cada vez maior de dados disponibilizados na internet, por meio da navegação e postagens em sites, blogs, redes sociais —chamados de dados não estruturados—, empresas de tecnologia desenvolveram sistemas capazes de capturar esses dados e analisá-los.
Criou-se, desta forma, uma ferramenta importante para definir os próximos passos de uma companhia, em diversas frentes: em relação a seus clientes, seus funcionários e a seu próprio funcionamento, ao reduzir custos e riscos e melhorar processos.
Rodrigo Capote | ||
Centro Tecnológico do Itaú, em Mogi Mirim (interior de São Paulo); investimento de R$ 3,3 bilhões |
"Antes do advento do big data, os executivos tomavam decisões principalmente com base em seus sentimentos; agora, essas decisões passam a ser baseadas em dados", afirma Celso Poderoso, coordenador dos cursos de MBA da faculdade de tecnologia Fiap.
A companhia aérea TAM, por exemplo, já investe na ideia. Um dos usos que a empresa faz com o big data é nas operações de manutenção de aeronaves, que começou em 2013.
"Utilizamos séries históricas de dados de manutenção corretiva e preventiva combinados com ferramentas de estatísticas para projetar a demanda futura por esses serviços", explica Mauricio Pascalichio, gerente sênior do Centro de Controle de Manutenção da TAM.
Com o big data, a companhia aérea consegue planejar, com uma antecedência de 18 meses, a mão de obra e o material necessários para os serviços de manutenção, evitando desperdícios. "Esse planejamento com big data tem um índice de precisão de 98%, e o aumento da produtividade é de 11%, afirma Pascalichio.
O Itaú Unibanco investiu R$ 3,3 bilhões em um novo centro tecnológico, localizado em Mogi Mirim (SP). Inaugurado em março deste ano, o centro possui tecnologia para processar e aplicar inteligência de negócio num ambiente de big data. Um dos objetivos é entender o comportamento dos produtos e serviços.
Com o desenvolvimento da computação em nuvem, as empresas não precisam dispor de grandes servidores para armazenamento de dados, o que torna o big data bastante acessível a empresas de todos os tamanhos
Sergio Fortuna, líder de Big Data-Analytics da IBM Brasil
BIG DATA
O QUE É?
O termo big data, que pode ser traduzido do inglês como "dados grandes", se refere à coleta e análise rápida de informações digitais, geradas por cadastros em sites, lojas, compras com cartões e redes sociais
QUEM USA?
Empresas e governos, para tomar decisões estratégicas com mais confiança. Isso pode significar maior eficiência operacional, redução de riscos e custos, e auxílio no combate à criminalidade, por exemplo
COMO USAR?
Fazendo a organização, o cruzamento e a interpretação dos dados selecionados
RISCOS
Um dos maiores riscos do uso do Big Data é de os consumidores sentirem que sua privacidade foi invadida. O compartilhamento de dados dos usuários obtidos por uma empresa com seus parceiros é outra questão polêmica
O termo big data, que pode ser traduzido do inglês como "dados grandes", se refere à coleta e análise rápida de informações digitais, geradas por cadastros em sites, lojas, compras com cartões e redes sociais
QUEM USA?
Empresas e governos, para tomar decisões estratégicas com mais confiança. Isso pode significar maior eficiência operacional, redução de riscos e custos, e auxílio no combate à criminalidade, por exemplo
COMO USAR?
Fazendo a organização, o cruzamento e a interpretação dos dados selecionados
RISCOS
Um dos maiores riscos do uso do Big Data é de os consumidores sentirem que sua privacidade foi invadida. O compartilhamento de dados dos usuários obtidos por uma empresa com seus parceiros é outra questão polêmica
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Consumo e sociedade
Trabalho na era da digitalização não será mais o mesmo, diz especialista
O avanço da digitalização e da conectividade global vai afetar o modo como trabalhamos hoje. Funções serão substituídas pela tecnologia, outras novas serão criadas, o trabalho será mais flexível, sem jornadas nem escritórios fixos.
Refletir sobre isso é importante, não para combater a tecnologia -o que, além de indesejável, seria impossível–, mas para prevenir problemas e formular soluções.
Veja abaixo alguns dos efeitos da tecnologia para os quais os trabalhadores podem se preparar, segundo Luli Radfharer, colunista daFolha.
NOVO MUNDO 13 mudanças para as quais o trabalhador pode se preparar
Deve melhorar:
>> Trabalhadores poderão se ver livres de tarefas pesadas, perigosas e/ou repetitivas
>> Quem lida com informações poderá processar um volume imenso delas em ainda menos tempo
>> A troca de trabalho humano por máquinas tem sido feita de forma gradual, ao longo de décadas, o que permite adaptação da sociedade
>> Capacidades como compaixão, criatividade e reflexão profunda continuam sendo exclusivas de humanos e necessárias
>> A inovação cria novas profissões e novos postos de trabalho
>> Empresas criativas e inovação flexibilizam trabalho: há mais liberdade para que o trabalhador escolha quando e onde vai produzir
>> Sobrará mais tempo em atividades sociais, educação, cultura, política, filosofia, esportes ou diversão
Mas fique atento:
>> Robôs e algoritmos usados para substituir funções de serviços -de garçons a cirurgiões, de motoristas a consultores jurídicos- podem eliminar permanentemente postos de trabalho
>> A concentração de capital nas empresas pode desvalorizar o trabalho
>> A maioria dos trabalhos atuais é tediosa, repetitiva, maçante, rotineira e, portanto, passível de ser eliminada pela automatização, pelo menos em parte
>> Como são mais eficientes, novos negócios podem precisar de menos funcionários
>> Novas funções podem exigir alta qualificação
>> Inatividade e a sensação de que o trabalho não é mais tão importante podem trazer depressão e outros transtornos mentais
Está todo mundo maravilhado com esse maravilhoso mundo de máquininhas brilhantes e pulsantes, mas elas envolvem uma transformação social muito grande e ninguém está pensando nisso
Luli Radfahrer, colunista da <b>Folha</b>
HISTÓRIA DA DIGITALIZAÇÃO
1947 - O transistor, uma das pedras fundamentais de toda indústria eletrônica, é inventado
1957 - O primeiro escaner a se comunicar com um computador é inventado por Russell Kirsch - a primeira imagem escaneada é a de um bebê
1968 - Surgem os conceitos do mouse, do hipertexto, do processador de texto e da videoconferência
1969 - Ocorre a primeira comunicação da Arpanet, rede que daria origem à internet
1991 - Tim Berners Lee anuncia que a World Wide Web está publicamente disponível
1957 - O primeiro escaner a se comunicar com um computador é inventado por Russell Kirsch - a primeira imagem escaneada é a de um bebê
1968 - Surgem os conceitos do mouse, do hipertexto, do processador de texto e da videoconferência
1969 - Ocorre a primeira comunicação da Arpanet, rede que daria origem à internet
1991 - Tim Berners Lee anuncia que a World Wide Web está publicamente disponível
NO BRASIL
1995 - A internet comercial chega ao país
2005 - Mais da metade dos internautas brasileiros têm acesso à banda larga
1,2 mil
Segurança e o mundo digital
Selfie vira senha para cartão de crédito com uso de biometria
BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com o aumento do risco de roubo de dados, surgem também novas formas de proteção, que vão além das senhas e de outros métodos tradicionais de autenticação. Desponta entre elas a identificação biométrica, que utiliza as características físicas de cada pessoa.
A impressão digital é a mais conhecida mas está longe de ser a única. Atualmente, computadores já conseguem reconhecer a face, a íris, as veias dos olhos, o formato das orelhas, a geometria das mãos e a voz.
"Há movimentação intensa de empresas privadas na direção do uso de biometrias para dar segurança aos seus processos de negócios, notadamente nas áreas bancária, de saúde privada e de varejo", diz Célio Ribeiro, presidente-executivo da Abrid (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital).
Nos EUA, a MasterCard iniciou um programa de testes com o qual uma selfie é usada para efetuar pagamentos. Na hora de pagar, o cliente não terá de digitar senhas; bastará tirar uma foto da própria face com o celular e um app da operadora fará o trabalho de identificação.
Carlo Allegri/Reuters | ||
Modelo tira selfie durante semana de moda em NY; MasterCard já faz testes para "novas senhas" de cartões |
No Brasil, já há 90 mil caixas eletrônicos equipados com os sensores, de acordo com a HDI Biometrics, empresa especializada em produtos biométricos. E outros 70 mil ainda passarão pela transformação.
No varejo, as soluções poderiam ser usadas na hora de abertura de crediários, alvo comum de fraudes por meio de documentos falsos. A Certibio, por exemplo, pretende oferecer um sistema que utiliza o banco de dados de órgãos oficiais de identificação para a validação da identidade.
Apesar da expansão do uso da tecnologia, a autenticação biométrica ainda gera desconfiança nos usuários domésticos, que têm dúvidas sobre a segurança dos dados.
Divulgação | ||
Leitor biométrico em uso em caixa eletrônico |
Nenhuma tecnologia está livre de falhas, mas a biometria apresenta uma melhora expressiva nos níveis de fraudes que temos hoje
Igor Rocha, diretor-executivo da Certibio
HACKERS
SEGURANÇA
Na última edição da Black Hat, uma das principais conferências para hackers, a empresa de segurança Hypr identificou uma falha na maneira com que o Android trabalha com leitores digitais. Por meio dela, criminosos poderiam "roubar" a digital e realizar ações fraudulentas, como saques e pagamentos.
OI, SIRI
ASSISTENTE
A Siri, assistente pessoal dos aparelhos da Apple, já interrompeu uma entrevista coletiva na Casa Branca, sede do governo norte-americano. Um jornalista questionou o presidente Barack Obama sobre a falta de apoio da oposição no Congresso para o acordo nuclear com o Irã. Antes de concluir sua questão, um iPhone ativou a Siri, que disse: "Desculpe, eu não tenho certeza do que você quer que eu mude."
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Segurança e o mundo digital
BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No dia 24 de novembro de 2014, a Sony Pictures, braço cinematográfico do conglomerado japonês, entrou em uma máquina do tempo diretamente para os anos 1980. A comunicação passou a ser feita por fax e telegrama, os pagamentos seriam em cheque e a rotina nos escritórios foi permeada por papel e caneta. Nada de computadores.
Naquele dia, o estúdio anunciou ter sido vítima de uma invasão hacker abrangente e assustadora que resultou no vazamento de milhares de informações sigilosas até o final do ano. Entre especialistas de segurança, o caso ficou conhecido como o "hack do século".
O ataque à Sony jogou luz sobre um dos problemas da digitalização entre as empresas: ao passo que promove a eficiência e a velocidade, o mundo digital também convida um número muito maior de visitantes indesejados a ter acesso a dados sigilosos. A sensação de que essas informações estão sob ameaça assusta o mundo corporativo.
"Cada vez mais, os clientes manifestam a preocupação em relação aos seus dados", diz Viviane Soares, diretora de produtos e pré-vendas mercado corporativo da Telefônica Vivo. Em alguns casos, empresas deixam de se tornar digitais por temer o roubo de informações.
ALVO ESPECÍFICO
"O ataque realizado contra empresas é mais bem elaborado do que quando comparado aos ataques realizados contra o internauta comum. Geralmente, há um trabalho de inteligência feito anteriormente", diz Fábio Assolini, pesquisador da Kaspersky Lab.
Ele serve para levantar dados na internet, incluindo redes sociais, sobre funcionários que podem servir como porta de entrada na rede da empresa. Uma vez que isso é feito, eles viram alvos específicos de e-mails que parecem de fontes legítimas, mas que carregam pragas que infectam a máquina.
O FBI acredita que foi assim que a Sony Pictures foi invadida –ataques diretos contra a infraestrutura digital de uma empresa são mais difíceis de serem efetivos, explica o pesquisador.
CASO SONY
SELFIE
SORRIA E PAGUE
Nos EUA, a MasterCard iniciou um programa de testes com o qual uma selfie é usada para efetuar pagamentos . Na hora de pagar, o cliente não terá de digitar senhas; bastará tirar uma foto da própria face com o celular e um app da operadora fará o trabalho de identificação
1,1 mil
Segurança e o mundo digital
Não são só as empresas que são alvos de ataques virtuais. Bem menos elaborados do que os vírus criados para roubar dados sigilosos de grandes companhias, programas maliciosos também atacam o usuário comum. No mundo on-line, a segurança depende muito das ações de cada usuário.
Com a crescente preocupação com os dados digitais, novas formas de proteger informações, além das senhas tradicionais, são exigidas. Há computadores que investem na biometriacomo forma de preservar o acesso. Reconhecimento da face, do formato das orelhas, da geometria das mãos e da voz já estão em uso.
COMPUTADOR PESSOAL
LINHA DO TEMPO
1971 - O Intel 4004, primeiro microprocessador da história, é anunciado
1977 - O Apple II, primeiro computador pessoal disponível para consumidores, é lançado
1988 - O pacote Microsoft Office é criado, embora o Word (1983) e o Excel (1985) já existissem
1977 - O Apple II, primeiro computador pessoal disponível para consumidores, é lançado
1988 - O pacote Microsoft Office é criado, embora o Word (1983) e o Excel (1985) já existissem
HACKEADOS
CASO SONY
Endereço e telefone de Julia Roberts e de outros artistas foram vazados na internet após a Sony ter suas máquinas invadidas. Entre especialistas de segurança, o caso ficou conhecido como o "hack do século"
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Expediente
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