Sinopse
*Bruno Calixto e Renata Monti
Há muito mais coisas entre duas fatias de pão do que imagina nossa vã gulodice. Sanduíches sempre foram uma paixão nacional, mas, de uns tempos para cá, viraram um caso sério. E o crédito pode ir para a conta dos hambúrgueres, uma febre que acabou contagiando até casas mais sofisticadas. De quebra, boa parte dos restaurantes e bares quer ter um sanduíche para chamar de seu. Nessa hora, a criatividade é tudo. Confira as pedidas:
Rabada: Desfiada no capricho, a rabada foi parar no recheio do pão de abóbora criado pelo mineiro Aylton Viana, do Refeitório RJ, na Lapa. Servido com maionese caseira de rúcula, o sanduíche (R$ 18) é uma das atrações do bistrô, aberto em 2014 por Aylton e os sócios Ligia Moraes e Rodrigo Sant’Anna.
Jacaré: É a estrela do food truck I Got The Balls, comandado pelo cozinheiro Gilberto Vieira, que passou três meses na Austrália. Lá, ele conta que aprendeu a temperar a carne com salsa, cebola e alho. Ele serve almôndegas de jacaré na baguete, com queijo da Serra da Canastra (R$ 37), e compra a iguaria de uma fazenda autorizada, de Mato Grosso.
Costelinha: No Meza Bar, no Humaitá, o sanduíche é de costelinha desfiada (R$ 36) com cebola roxa, coentro e pimenta dedo-de-moça, servido na broa de milho, acompanhado de fritas. E tem versão com toque peruano: no Lima Restobar, Marco Espinoza criou pequenos sanduíches de costela, as chamadas butifarras (R$ 39, quatro unidades). São pães de batata recheados com a carne preparada na brasa com salada de cebola.
Caranguejo: Surfando na onda dos hambúrgueres que toma conta da cidade, o chef argentino Christian Garcia criou uma versão com caranguejo (R$ 53) para o restaurante Temporada, que funciona no térreo do Arpoador Inn. O crustáceo é empanado em farinha de panko e servido com guacamole no pão de wasabi e gergelim. Para acompanhar, chips de batata-doce e baroa.
Tinta de lula: O pão preto é o que chama mais atenção no sanduíche do Paris Bar. E vem logo a pergunta: de que é feito? De tinta de lula, que é acrescentada à receita do pão árabe, explica o chef João Serra, na linha de frente do bonito bar na Casa Julieta de Serpa. No recheio, tiras de salmão defumado, creme de ricota e cream cheese temperados com cheiro-verde e, para completar, brotos de alfafa (R$ 38).
Feijão-branco: Aberto há cerca de um ano na Praça Mauá, pertinho do MAR e do Museu do Amanhã, o charmoso Mironga também tem um sanduíche especial no cardápio: de feijão-branco com requeijão de tofu, rúcula e tomate, no pão de batata-baroa e chia (R$ 28).
Alheira: O tradicional embutido lusitano — feito com carne de aves, miolo de pão e temperos — é servido numa versão abrasileirada no Rancho Português, de frente para a Lagoa. O sanduíche que acaba de entrar no cardápio ganhou reforços de peso: vem com couve refogada e ovo frito no pão francês (R$ 35).
Porqueta: Um Espírito de Porco tem causado burburinho nas feiras de gastronomia por onde passa. O motivo: peças de porqueta que servem de matéria-prima para suculentos sanduíches no pão francês (R$ 22). Neto Pieroni vende o sanduba com o sócio Ragi Achcar no Empório Grão e Cia (todo sábado), na Tiradentes Cultural (primeiro sábado de cada mês) e em feiras como Junta Local.
Pato: Ela é a estrela do food truck Delfina, da portuguesa Maria Rocha, que, além de arroz e coxinha, serve pato desfiado com mostarda Dijon e rúcula no ciabatta (R$ 22). No Palaphita Kitch, a ave também foi parar no pão, só que baguete: pato no tucupi, desfiado com jambu (erva com ações anestésicas), a R$ 48.
Carne-seca: Batizado de Maria Bonita (R$ 53), o sanduíche do Riso Bistrô tem ingredientes bem brasileiros: o pão é de queijo, e o recheio, uma massa de abóbora assada com carne-seca e queijo coalho. Por cima, cebola amanteigada e ovo de gema mole. Servidos à parte, chips finíssimos de aipim.
Coração de galinha: A gaúcha Renata Monteiro (ex-Gula Gula) um ano e meio após assumir a cozinha doCafofo Pub, em Botafogo, lançou um sanduíche de corações de galinha (R$ 34,90). Eles são cozidos por 90 minutos com especiarias (curry, canela e ervas), moídos, moldados como um hambúrguer e servidos com tartar de manga e alface.
Veganos: Quem não come nada de origem animal pode ir ao Empório Jardim, onde uma das pedidas tem abobrinha e berinjela grelhadas, pimentão agridoce e pasta de grão-de-bico no pão de cereais (R$ 27,90). Já no Naturalie Bistrô, a chef Nathalie Passos serve sanduíche de triguilho com tofu e temperos (R$ 28,90).
Língua: O chef José Alves, do Uh La Lá, criou um sanduíche com língua defumada e mostarda de frutas no pão preto alemão (R$ 19).
Ossobuco: No Rolé, carne é cozida lentamente em baixa temperatura, servida desfiada, no ciabatta com queijo de minas meia cura e agrião (R$ 19,90).
Shiitake: A B, de Burger tem cinco sanduíches no cardápio, entre eles um que vem fazendo sucesso com o pessoal que não come carne. É o Plano B (R$ 29), que tem um grande “bife” de shiitake grelhado servido no pão de batata, com creme azedo (o famoso sour cream).
*Matéria publicada na edição impressa de 27.11.2015.
Há muito mais coisas entre duas fatias de pão do que imagina nossa vã gulodice. Sanduíches sempre foram uma paixão nacional, mas, de uns tempos para cá, viraram um caso sério. E o crédito pode ir para a conta dos hambúrgueres, uma febre que acabou contagiando até casas mais sofisticadas. De quebra, boa parte dos restaurantes e bares quer ter um sanduíche para chamar de seu. Nessa hora, a criatividade é tudo. Confira as pedidas:
Rabada: Desfiada no capricho, a rabada foi parar no recheio do pão de abóbora criado pelo mineiro Aylton Viana, do Refeitório RJ, na Lapa. Servido com maionese caseira de rúcula, o sanduíche (R$ 18) é uma das atrações do bistrô, aberto em 2014 por Aylton e os sócios Ligia Moraes e Rodrigo Sant’Anna.
Jacaré: É a estrela do food truck I Got The Balls, comandado pelo cozinheiro Gilberto Vieira, que passou três meses na Austrália. Lá, ele conta que aprendeu a temperar a carne com salsa, cebola e alho. Ele serve almôndegas de jacaré na baguete, com queijo da Serra da Canastra (R$ 37), e compra a iguaria de uma fazenda autorizada, de Mato Grosso.
Costelinha: No Meza Bar, no Humaitá, o sanduíche é de costelinha desfiada (R$ 36) com cebola roxa, coentro e pimenta dedo-de-moça, servido na broa de milho, acompanhado de fritas. E tem versão com toque peruano: no Lima Restobar, Marco Espinoza criou pequenos sanduíches de costela, as chamadas butifarras (R$ 39, quatro unidades). São pães de batata recheados com a carne preparada na brasa com salada de cebola.
Caranguejo: Surfando na onda dos hambúrgueres que toma conta da cidade, o chef argentino Christian Garcia criou uma versão com caranguejo (R$ 53) para o restaurante Temporada, que funciona no térreo do Arpoador Inn. O crustáceo é empanado em farinha de panko e servido com guacamole no pão de wasabi e gergelim. Para acompanhar, chips de batata-doce e baroa.
Tinta de lula: O pão preto é o que chama mais atenção no sanduíche do Paris Bar. E vem logo a pergunta: de que é feito? De tinta de lula, que é acrescentada à receita do pão árabe, explica o chef João Serra, na linha de frente do bonito bar na Casa Julieta de Serpa. No recheio, tiras de salmão defumado, creme de ricota e cream cheese temperados com cheiro-verde e, para completar, brotos de alfafa (R$ 38).
Feijão-branco: Aberto há cerca de um ano na Praça Mauá, pertinho do MAR e do Museu do Amanhã, o charmoso Mironga também tem um sanduíche especial no cardápio: de feijão-branco com requeijão de tofu, rúcula e tomate, no pão de batata-baroa e chia (R$ 28).
Alheira: O tradicional embutido lusitano — feito com carne de aves, miolo de pão e temperos — é servido numa versão abrasileirada no Rancho Português, de frente para a Lagoa. O sanduíche que acaba de entrar no cardápio ganhou reforços de peso: vem com couve refogada e ovo frito no pão francês (R$ 35).
Porqueta: Um Espírito de Porco tem causado burburinho nas feiras de gastronomia por onde passa. O motivo: peças de porqueta que servem de matéria-prima para suculentos sanduíches no pão francês (R$ 22). Neto Pieroni vende o sanduba com o sócio Ragi Achcar no Empório Grão e Cia (todo sábado), na Tiradentes Cultural (primeiro sábado de cada mês) e em feiras como Junta Local.
Pato: Ela é a estrela do food truck Delfina, da portuguesa Maria Rocha, que, além de arroz e coxinha, serve pato desfiado com mostarda Dijon e rúcula no ciabatta (R$ 22). No Palaphita Kitch, a ave também foi parar no pão, só que baguete: pato no tucupi, desfiado com jambu (erva com ações anestésicas), a R$ 48.
Carne-seca: Batizado de Maria Bonita (R$ 53), o sanduíche do Riso Bistrô tem ingredientes bem brasileiros: o pão é de queijo, e o recheio, uma massa de abóbora assada com carne-seca e queijo coalho. Por cima, cebola amanteigada e ovo de gema mole. Servidos à parte, chips finíssimos de aipim.
Coração de galinha: A gaúcha Renata Monteiro (ex-Gula Gula) um ano e meio após assumir a cozinha doCafofo Pub, em Botafogo, lançou um sanduíche de corações de galinha (R$ 34,90). Eles são cozidos por 90 minutos com especiarias (curry, canela e ervas), moídos, moldados como um hambúrguer e servidos com tartar de manga e alface.
Veganos: Quem não come nada de origem animal pode ir ao Empório Jardim, onde uma das pedidas tem abobrinha e berinjela grelhadas, pimentão agridoce e pasta de grão-de-bico no pão de cereais (R$ 27,90). Já no Naturalie Bistrô, a chef Nathalie Passos serve sanduíche de triguilho com tofu e temperos (R$ 28,90).
Língua: O chef José Alves, do Uh La Lá, criou um sanduíche com língua defumada e mostarda de frutas no pão preto alemão (R$ 19).
Ossobuco: No Rolé, carne é cozida lentamente em baixa temperatura, servida desfiada, no ciabatta com queijo de minas meia cura e agrião (R$ 19,90).
Shiitake: A B, de Burger tem cinco sanduíches no cardápio, entre eles um que vem fazendo sucesso com o pessoal que não come carne. É o Plano B (R$ 29), que tem um grande “bife” de shiitake grelhado servido no pão de batata, com creme azedo (o famoso sour cream).
*Matéria publicada na edição impressa de 27.11.2015.
Fonte: O Globo
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